domingo, agosto 06, 2006

O auto-engano a serviço do anti-americanismo

Há dois anos atrás, fiz um curso de Flash para websites na escola de informática Tecnoponta, uma escola razoavelmente conhecida aqui em Santos. Era um curso rápido, de 7 aulas noturnas. Num primeiro momento, fui ingênuo o suficiente para pensar que não havia escpécimes da esquizofrenia ideológica latino-americana naquela sala de aula. Ledo engano. Qual não foi a minha surpresa ao constatar que a burrice militante começava pelo próprio professor?

Explico: no início da primeira aula do curso, o professor perguntou aos alunos se alguém de nós conhecia algum site com boas animações em Flash. Não hesitei em levantar a mão e pedir ao professor para que ele acessasse o site www.jibjab.com, de propriedade de uma dupla de humoristas americanos que têm como principal assunto de suas charges animadas a política. Uma vez dentro do site, pedi para o professor, que tinha um computador conectado a um telão ao lado da lousa, para que ele clicasse na animação This Land, um número musical estrelado pelos bonecos de George W. Bush e John Kerry no qual foi abordada, ao som de uma bela trilha sonora country, a disputa eleitoral pela presidência americana, no ano em que Bush foi reeleito. A animação, de cerca de 5 minutos de duração, era falada em inglês, of course, e sem legendas, o que fez com que, provavelmente, ninguém exceto eu tenha entendido as falas do desenho. Quando o desenho acabou e o site voltou automaticamente para sua página inicial, o professor, com cara de derrière por não ter conseguido entender xongas do que se falava, disse: Esse vídeo não tem a menor graça! Bem, confesso que se estivesse no lugar dele, mui provalvemente pensaria a mesma coisa a respeito de um número artístico que eu não entendi por razões lingüísticas.

Porém, o "melhor" ainda estava por vir! Logo após sair do site em questão e voltar para a tela do software de elaboração de animações em Flash, eis que o professor me solta a seguinte pérola: Você deveria estar entrando no mercado trabalho há 20 anos atrás! Fiz questão de perguntar porquê para ver até onde sua burrice militante tinha danificado seu cérebro, e constatei que o nível de degeneração cognitiva do professor é terminal. Disse ele: Você deveria estar entrando no mercado de trabalho há 20 anos atrás porque, naquela época, o Brasil era muito americanizado, enquanto que hoje em dia, devido à consolidação do anti-americanismo, o inglês não tem quase mais importância alguma, e outros idiomas, tais como o espanhol, o italiano, o francês etc., estão sendo muito mais valorizados! Após estas declarações estapafúrdias, o professor começou a aula de fato, tropeçando em cada termo em inglês da interface do software, problema que ele "resolvia" com a dedução, o que fazia com que, muitas das vezes, o computador excutasse comandos que não tinham nada a ver com as vontades do egrégio propedeuta.

Após o fim daquela aula, a caminho de casa, pensei: Em que planeta esse cara vive? O inglês não tem mais importância nenhuma? Depois de muito refletir a respeito, elaborei a seguinte análise para tentar explicar o fenômeno que tinha acabado de presenciar: o professor em questão, um anti-americano doentio, sentiu-se envergonhadinho diante do apartheid lingüístico com o qual se deparou quando da exibição da animação. Então, ele, usando de um mecanismo de defesa infantil, criou para si - e tentou vender aos alunos - uma falsa realidade de um mundo que não existe, isto é, um mundo em que a língua inglesa é absolutamente insignificante. A convicção com que ele argumentou denuncia um típico caso de auto-engano, em que o mentiroso acredita piamente na sua própria mentira, tornando-se refém dos piores sentimentos da natureza humana, neste caso específico, a inveja, o ódio e o complexo de inferioridade. Além de tudo isso, cabem alguns questionamentos lógicos: a língua predominante da internet - e da informática como um todo - é o inglês, mas o professor se recusa a aprendê-la, o que faria com que ele não perdesse tempo tentando decifrar cada termo em inglês dos programas de computador sobre os quais ele leciona. Por que tanto masoquismo? Além disso, todos os grandes sistemas operacionais - Windows, Linux, Apple e Macintosh - são americanos. Se ele fosse minimamente coerente, não usaria nenhum destes softwares, limitando-se à maravilhosa máquina de escrever, ou, quem sabe, ao computador a lenha...

Para completar o imbroglio, um colega de classe, sindicalista da Codesp, contou suas experiências quando em visita aos Estados Unidos, mais especificamente à Flórida, em que ele e sua família visitaram a Disney, comeram do bom e do melhor, fizeram compras etc. Mas tem uma coisa..., disse ele: Americano bom é americano morto!

Interessante... Se os 280 milhões de cidadãos americanos são bons desde que mortos, por que cargas d´água ele viajou justamente para lá? Por que ele gastou seu dinheiro justamente lá nos States? Talvez porque seu dinheiro não seja exatamente seu, e sim resultado do suor da testa alheia, uma vez que os sindicatos obrigam os seus representados a os sustentarem. Aliás, financiar seu masoquismo com o dinheiro dos outros é fácil!

Eis o paradoxo dos anti-americanos: adoram praticar a auto-flagelação mental em público e, como se não bastasse, cospem no prato em que comem, após encherem suas panças de Big Mac e tomarem litros Coca-Cola... em copo americano, of course!

terça-feira, agosto 01, 2006

A ignorância funcional de Datena

Milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. 40% dos brasileiros não sabem ler nem escrever, e tal porcentagem se agiganta quando deixamos de lado o critério boçal do IBGE, que considera alfabetizado o cidadão que consegue, mal e porcamente, escrevinhar apenas e tão somente seu próprio nome. Ademais, 70% dos brasileiros não têm saneamento básico em suas residências, o que significa, trocando em miúdos, que 70% dos nossos compatriotas até têm um teto, mas não têm um vaso sanitário para defecar condignamente, sendo obrigados a defecar no quintal de casa ou numa latrina. O que dizer, então, do desfalque educacional que a grande maioria dos brasileiros sofre? A estes, é perfeitamente perdoável a ignorância, seja ela inútil ou funcional. Porém, o que dizer daqueles que sabem ler e escrever de fato, têm pelo menos uma privada em casa e possuem escolaridade acima da média nacional, tendo tido a oportunidade de cursar uma ou mais faculdades?

No Brasil de hoje, fala-se em educação como uma verdadeira panacéia para os problemas brasileiros. Entretanto, devemos nos perguntar de que educação estamos falando: da mera instrução profissional ou da formação cultural, política e, principalmente, ideológica dos cidadãos?

Um "bom" exemplo desta pseudo-elite intelectual é o "jornalista" José Luiz Datena. Coloquei as aspas no seu título porque apesar de ele ser bacharel em jornalismo e atuar como jornalista, está muito mais para um fanfarrão do que qualquer outra coisa. Lembro-me, como se fosse ontem, das conversas entre jornalistas e representantes do sistema policial paulista quando do apogeu da crise da segurança pública no Estado, causada pela hegemonia e pela eficiência operacional do PCC, quando, de repente, Datena, um lulista patológico, me solta a seguinte "pérola", a respeito da conduta que o Estado brasileiro deveria ter em relação ao crime organizado: "Eu sempre votei no Lula - e continuarei votando, mas uma coisa é certa: Lula está com receio de intervir em São Paulo e parecer autoritário. Trata-se de um governo de esquerda que não quer tomar uma atitude que seria de direita!" Quando ouvi isso, pensei: Ora, bolas! Se ser duro com os criminosos é ser de direita, então, sejamos todos direitistas o quanto antes, a começar pelo presidente da República!

Tal raciocínio capenga, de um repórter esportivo que caiu de pára-quedas na crônica policial, revela sua idiotia e seu bloqueio cognitivo em relação àquilo que ele entende por direita: uma vez que ele é lulista e se considera um esquerdista, mas, ao mesmo tempo, acha que só a "direita" conseguiria derrotar o crime organizado, ele jamais vai defender o rigor policial, por crer piamente que tal atitude seria uma traição ao seu esquerdismo militante.