sexta-feira, setembro 21, 2007

Cruzada estatal contra o pátrio poder

Ontem, ouvi de relance uma entrevista na Rádio Bandeirantes com um sujeito falando sobre o ensino religioso nas escolas públicas e particulares do Brasil. Como peguei a entrevista pelo meio, não posso julgá-la como um todo, mas não gostei nem um pouco do pouco que escutei. Num dado momento, o entrevistado disse:

"Além do ensino religioso nas escolas públicas e particulares, o Estado tem que policiar o comportamento de muitos pais que ensinam ´valores religosos errados´ para seus filhos. Se um pai ou uma mãe evangélicos, por exemplo, ensinam para os seus filhos, desde a mais tenra idade, que a sua religião é a única revelação divina verdadeira e todas as outras são inferiores, falsas ou até ´coisa do capeta´, essas crianças vão se transformar em adultos intolerantes e despreparados para viver numa sociedade que possui uma diversidade religiosa tão grande quanto a nossa. Pessoas criadas dessa maneira vão acabar discriminando, por exemplo, o candomblé, a umbanda, o espiritismo etc. e isso vai fazer com que elas se isolem do universo religioso ao seu redor. Portanto, é necessário que haja algum tipo de fiscalização nesse sentido: para evitar que muitos pais ´intolerantes´ transformem seus filhos em adultos ´reacionários´."

Para variar, um revolucionário como esse quer fazer o mal em nome do bem. Como ele é bonzinho e quer criar cidadãos cada vez mais "tolerantes para com as diferenças sociais", ele quer que o Estado literalmente policie os cidadãos e lhes diga como eles devem educar seus filhos. Em outras palavras, destruir o pátrio poder, um direito civil sagrado perante o Estado de Direito. Porém, não se pode e nem se deve sequer tentar fazer isso por um motivo muito simples: o Estado não tem autoridade, nem legal nem muito menos moral, para ordenar que os cidadãos eduquem seus filhos dessa ou daquela maneira. Ninguém, muito menos alguém do governo, tem o direito de entrar na sua casa, lhe apontar o dedo e dizer que você não pode mais ensinar aos seus filhos que a macumba é coisa do diabo ou que a Lua é quadrada, por exemplo. É claro que absurdos do nível da Lua quadrada poderão atrapalhar a vida dos seus filhos no futuro, mas cada cidadão deve ter plenamente assegurado o direito civil de educar seus filhos como bem entender.

Nada justifica a intervenção do Estado na vida íntima da família; muito menos discursinhos politicamente corretos que, por trás da suposta intenção de proteger os cidadãos mirins contra os perigos de uma educação "intelorante", relativizam ou até eliminam o pátrio poder.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Idolatria suicida

Recentemente, Jô Soares disse no seu programa que a deportação dos dois pugilistas cubanos que haviam pedido asilo político no Brasil foi mais uma atitude daquelas que vão contra tudo aquilo que Fidel Castro queria quando fez a Revolução Cubana.

Na verdade, a deportação desses dois coitados, que já devem ter sido fuzilados 10 vezes, vai contra tudo o que Fidel dizia quando fez a Revolução, e não queria. Aliás, falando desse jeito, Jô Soares quis dizer que algo impede Fidel Castro de transformar Cuba num "paraíso socialista". Aí, pergunto eu: que diabos poderia impedir Fidel de fazer isso se ele realmente quisesse, uma vez que essa ilha-presídio chamada Cuba é dele e o governo cubano é totalmente centralizado na sua pessoa?

Além disso, Jô Soares afirmou que Fidel Castro é um dos grandes heróis do século XX. Trata-se de uma idolatria no mínimo interessante do ponto visto psiquiátrico, pois Jô idolatra um ditador que, se ele fosse cubano, confiscaria todos os seus bens e o mandaria para a roça cortar cana.

Isso é idolatria suicida ou estou exagerando?