quarta-feira, abril 11, 2012

Entre ditadores e monstros democráticos

Certa vez, um grande amigo meu, médico-psiquiatra, afirmou: ¨Todos os ditadores são pessoas desequilibradas que têm algum problema mental¨. Eu discordo veementemente desta afirmação com dois argumentos. Primeiro: os ditadores não são todos a mesma coisa; há ditadores e ditadores. Muitos deles até podem ser considerados loucos, mas outros são pessoas sensatas e honradas. Segundo: muitos políticos que aceitam as regras da democracia são verdadeiros monstros, pessoas muito piores do que alguns ditadores.

É claro que se pegarmos como exemplo de ditadores pessoas como Hitler, Mussolini, Stalin, Fidel Castro, Mao Tse-Tung etc., certamente chegaremos a conclusão - precipitada - de que nenhum ditador presta. Porém, existem vários exemplos de ditadores que eram, realmente, patriotas, sensatos e honrados, sendo que alguns destes chegaram ate a preparar o futuro de seus países após a sua morte ou a sua ditadura. Eis alguns exemplos:

1- General Augusto Pinochet Ugarte, ditador do Chile de 1973 a 1990: salvou o Chile do comunismo, cuja revolução estava sendo tramada desde a própria presidência por Salvador Allende, eliminou todos os opositores que pegaram em armas contra o Estado e retirou-se do poder após convocar uma assembleia constituinte e entregar o governo aos civis. Ademais, aceitou comparecer, embora bastante enfermo, a todos os julgamentos promovidos pelo tendencioso juiz espanhol Baltasar Garzón, que não sossegou enquanto não conseguiu impor algum tipo de condenação ao ex-ditador. Aliás, convém lembrar que Garzón foi banido da magistratura espanhola por 11 anos justamente por nao ser flor que se cheire, sendo que, dificilmente, após este prazo, conseguirá recuperar seu poder jurídico.

2- General Francisco Franco - ditador da Espanha de 1939 a 1975: assim como seu homólogo chileno, salvou a Espanha - e a Europa ocidental - do comunismo, cuja revolução vinha sendo tramada por um governo-fantoche comandado por agentes soviéticos a serviço do Kremlin. Em 1975, mandou buscar o rei da Espanha, que estava exilado em Portugal, para sucedê-lo após sua morte, sendo que sua majestade, em 1977, convocou uma assembleia constituinte, transferiu o poder para o primeiro-ministro e restaurou a democracia, garantindo, através da restauração da monarquia, a unidade do Reino da Espanha, um país muito divido devido aos movimentos separatistas de várias províncias.

3- Marechal Castello Branco e demais generais-presidentes, ditadores do Brasil de 1964 a 1985: assim como seus homólogos de língua espanhola, salvaram o Brasil do comunismo, cuja revolução vinha sendo tramada desde a presidência por João Goulart, em conjunto com uma miríade de grupos armados da guerrilha terrorista treinada em Cuba e apoiada, militar e financeiramente, por Havana, Moscou e Pequim. Apesar de a redemocratização não ter sido nada fácil, que eu saiba, nenhum general-presidente e nenhum militar de alta patente enriqueceu com o poder. Os militares brasileiros da geração de 1964 eram, acima de tudo, patriotas, honestos e tinham plena consciência do seu dever constitucional de manter a ordem nacional e combater os opositores que pegaram em armas contra o Estado. Pena que, diferentemente de Pinochet, por exemplo, os militares brasileiros não fizeram o serviço completo...

Além de tudo isso, convém salientar o fato de que a grande maioria dos políticos brasileiros atuais são verdadeiros monstros, mas aceitam as regras da democracia, pois são eleitos pelo povo dentro da lei. E daí? Só porque esses monstros aceitam a democracia eles são melhores do que governantes como Pinochet, Franco ou Castello Branco? Para mim, não! Essa ideia de que toda democracia é boa e toda ditadura é má é frescura de sociólogo!

terça-feira, abril 10, 2012

Por que duas polícias?

Nos últimos anos, eu viajei várias vezes para países como Estados Unidos, Cuba, Peru, Colômbia etc. Todos esses países tem uma coisa ótima em comum: a polícia é uma só, isto é, não existe essa divisão de Polícia Civil e Polícia Militar. Nesses países, polícia é polícia e exército é exército. Nao se tem esse meio-termo de Polícia Militar.

No Brasil, a discussão sobre a unificacão das polícias estaduais é uma briga antiga, uma coisa que se fala há décadas. Trata-se de uma discussão, acima de tudo, sobre direitos adquiridos, pois as cúpulas de ambas as corporações têm os seus interesses a defender, e caso a unificação seja de fato alcançada, terá que haver uma fase de transição, que poderá durar muitos anos.

O sistema policial estadual tem que ser totalmente reformulado, pois uma mera fusão das polícias pioraria ainda mais a situação e certamente causaria um verdadeiro caos no comando da corporação, pois os delegados de primeira classe jamais aceitariam receber ordens de militares, e os coronéis da PM jamais aceitariam receber ordens de civis. Assim sendo, seria necessária uma reforma total da estrutura e da hierarquia das polícias estaduais.