domingo, fevereiro 12, 2012

Dó tem limite!

No ano 2005, aos 19 anos de idade, eu cursei o primeiro ano da Faculdade de Jornalismo da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), aqui em Santos. No ano seguinte, abandonei a faculdade por motivos que não vou explicar agora - menos mal, pois eu não nasci para ser jornalista.

Agora há pouco, quando estava no meu quarto, deitado, tentando dormir, lembrei-me de um acontecimento "interessante", para dizer o mínimo. Ocorre que certa feita, eu conversava durante a aula com uma colega de classe que era, aliás, belíssima e extremamente amável - tão amável que tinha dó até mesmo dos bandidos que cometem crimes hediondos. Explico: não me lembro por que, mas de repente começamos a falar sobre o assim chamado "massacre" do Carandiru, que eu prefiro chamar de batalha, mas... conversa vai, conversa vem, e eis que ela diz a seguinte frase:

Pelo que eu sempre ouço falar desse caso, as pessoas e a imprensa em geral dizem que a PM entrou no Carandiru decidida a matar todo mundo!

Eu contestei essa versão dos fatos explicando à moça que quando a PM entrou na cadeia, os presos, que eram mais de 7 mil, haviam incendiado vários setores do presídio, faziam um monte de pessoas inocentes como reféns e estavam armados até os dentes. Portanto, o coronel Ubiratan não poderia entrar no Carandiru "pedindo licença". Ele invadiu o Carandiru com a finalidade de acabar com a rebelião, o que custou a morte dos tão famosos 111 detentos.

Mesmo após explicar tudo isso, eu notei que a mocinha continuou com dó dos criminosos. Nesta hora, eu, então com 19 anos e ainda um rapaz muito ingênuo, compreendi que dó tem limite. Ter dó desses detentos que foram mortos porque a PM cumpriu a sua obrigação de acabar com a rebelião é um excesso de compaixão, de pena, de boa-fé, de dó, enfim.

Além de tudo isso, por volta de 2010, já há dois anos, meu pai acrescentou um argumento fundamental em defesa da PM e do coronel Ubiratan, que comandou essa batalha vitoriosa e justa: o Carandiru era habitado por nada menos que 7 mil bandidos de alta periculosidade; desses 7 mil, a PM matou 111. Em termos porcentuais, 111 não são nem 1% de 7 mil. Portanto, se a PM matou menos de 1% dos detentos, a versão de que a PM entrou para "matar todo mundo" se torna até ridícula.

Para finalizar, uma reflexão: se a PM matou 111 bandidos no Carandiru e o Brasil inteiro ficou uns 5 anos sem ter uma única rebelião, imagine se o coronel Ubiratan tivesse mandado os PMs matarem todos os 7 mil presos? Talvez o Brasil ficasse livre de rebeliões até hoje. Porém, infelizmente, o heróico coronel Ubiratan não fez o serviço completo...

Nenhum comentário: