quinta-feira, dezembro 22, 2011

Quer seja pobre, quer não, ladrão é ladrão!

Ontem, eu e meu pai voltamos de uma viagem que fizemos a Buenos Aires. Durante o vôo de volta, eu usei um dos banheiros da parte traseira do avião e não pude deixar de perceber que algum passageiro havia esquecido os seus óculos na pia. Ao sair do banheiro, imediatamente abordei uma comissária de bordo e lhe pedi para que ela ou outra comissária fizesse, pelo microfone, um aviso deste importante item esquecido dentro daquele lugar.

A tripulação não avisou os passageiros pelo microfone, mas, pelo menos, tomou uma outra boa providência: uma outra comissária entrou no banheiro, pegou os óculos e caminhou por duas vezes, indo e vindo, ao longo de todo o avião, mostrando os óculos acima da altura dos assentos para que todos pudessem ver o objeto em sua mão.

Quando a dita comissária caminhou no sentido contrário, da cabine para o fundo, um casal de velhinhos argentinos chamou a atenção da comissária como que pedindo pelos óculos. Neste momento, a comissária perguntou: "Estes óculos são seus?" Ao que ambos os velhinhos deram, em uníssono, uma resposta suspeitíssima: "Acho que são". Instantaneamente, a comissária percebeu que esse casal estava tentando roubar os óculos. Nesta fração de segundo logo após a resposta malandra do casal, a comissária fez a coisa certa: desconversou, calou, virou-se de costas, guardou os óculos consigo e saiu andando.

A grande maioria dos jornalistas, sociólogos e demais supostos especialistas em segurança pública costumar seguir aquilo que poderíamos chamar de "receita de bolo marxista sobre o crime": segundo estes pseudo-intelectuais, as pessoas se tornam criminosas porque são pobres, portanto, não tiveram boas oportunidades na vida, logo, a única maneira de o sujeito sobreviver é virar bandido. Porém, se nós usarmos esta receitinha pronta, como vamos conseguir explicar porque esses dois velhinhos, ricos e "acima de qualquer suspeita", são ladrões?

Na minha opinião, esta "receita de bolo marxista" sobre porque as pessoas se tornam criminosas é uma ofensa aos pobres, e não uma absolvição ou uma simples desculpa. Para estes palpiteiros comunistas, o caráter do indivíduo é proporcional à sua conta bancária. Mas e os bandidos ricos? Por que eles são assim?

sexta-feira, dezembro 02, 2011

PM sem colete

Diariamente, eu saio de casa e constato que a grande maioria dos policiais militares que eu vejo trabalhando nas ruas de Santos está sem o colete à prova de balas. Eu estou errado em entender que um policial fardado é um alvo natural dos bandidos?

Gostaria que essa pergunta fosse respondida por alguém que fale em nome da Polícia Militar.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Esportista não é sociólogo!

No mês passado, o humorista Danilo Gentilli entrevistou o jogador Serginho, da Seleção Brasileira de Vôlei, no programa "Agora é tarde", da TV Bandeirantes. Num dado momento da entrevista, Gentilli perguntou a Serginho se ele achava que a Copa do Mundo do Brasil e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deixariam um legado de prosperidade sócio-econômica para o Brasil como um todo. Serginho respondeu:

Eu sou da periferia de São Paulo; a rua da casa da minha mãe não tem asfalto até hoje. Depois da Copa e da Olimpíada, a rua dela vai continuar sem asfalto. Então, por esse tipo de coisa, eu acho que não haverá legado nenhum.

Após a resposta de Serginho, Danilo declarou achar interessante que essa negação do legado viesse de um esportista que já foi medalhista e campeão olímpico.

Muita gente pode pensar que Serginho está errado, mas o fato é que ele está certo - de acordo com a realidade dele, é claro. Um esportista, por definição, não é uma pessoa orientada à reflexão, à análise de conjuntura, e muito menos a teorizar sobre o futuro de uma nação e o que se deve fazer para melhorar um país. A inteligência de uma pessoa como Serginho é corporal, e não intelectual. Não se pode querer que um esportista pense e aja como um sociólogo, por exemplo. São as antípodas dos tipos de inteligência.

A tarefa de pensar o futuro de uma nação cabe aos intelectuais, dentre eles, os sociólogos, os educadores, os economistas, os políticos, os empresários etc., jamais aos esportistas. A tarefa deles é outra: cuidar do corpo e obter o melhor desempenho possível, cada um no seu esporte.

Na minha opinião, a Copa e a Olimpíada não apenas vão deixar um legado maravilhoso para o Brasil como eu creio piamente que o Brasil vai ganhar a Copa e liderar o quadro de medalhas da Olimpíada!

segunda-feira, novembro 21, 2011

A culpa não é só da Justiça!

Infelizmente, a invasão do gramado por parte de torcedores delinqüentes é uma coisa relativamente comum no futebol brasileiro. Sempre que isso acontece, uma miríade de jornalistas declaram que a culpa por essa situação é da Justiça, que geralmente não pune com rigor esse tipo de delinqüente. Porém, na minha opinião, a imprensa também tem a sua parcela de culpa, pois raramente os jornalistas acompanham os desdobramentos desses casos.

Não me lembro de ter havido, recentemente, nenhum repórter, esportivo ou mesmo policial, rastreando o paradeiro desses delinqüentes. Assim sendo, paira no ar uma deliciosa sensação de impunidade para os torcedores delinqüentes que quiserem pular o alambrado na próxima partida.

Que a polícia prende e a Justiça solta, isso é fato. Muitos juízes adoram soltar bandidos da cadeia por qualquer razão, ou mesmo sem razão. Enquanto um marginal não matar um filho dele, esse tipo de juiz não muda de atitude.

Em suma, cabe à imprensa, que tanto gosta de se dizer o Quarto Poder, o dever cívico de investigar os procedimentos da polícia e do Poder Judiciário para com esses bandidos.

domingo, novembro 06, 2011

Quais são as funções do Estado?

A seguir, a transcrição de uma palestra do sociólogo Demétrio Magnoli na qual ele fala sobre o tamanho do Estado brasileiro e como a grande maioria da população brasileira enxerga esse tamanho:

Eu vou discordar do consenso de que a idéia de reduzir o Estado é uma boa idéia. Quando falamos sobre o Estado, falamos, por exemplo, sobre segurança pública. O Estado é grande em segurança pública no Brasil? Eu não vejo sentido nessa pergunta, pois ela não tem resposta. Num morro aqui no Rio, o Estado é mínimo em segurança pública, a não ser que a gente considere que a gente considere que o “Estado do B” é o Estado, pois o Estado tem tanto a “polícia do A” quanto a “polícia do B” no morro, e relações com a “polícia do C”, que é o narcotráfico. Nesse caso, eu não acho que o problema seja o tamanho do Estado.

Em certos lugares de muitas cidades do Brasil, existem bairros imensos com pouquíssimos postos de saúde. Deveria haver mais postos de saúde, e não menos. O Estado está sendo mínimo.

Se você olhar para as escolas públicas da maioria do Brasil, elas são ruínas. O Estado lá é mínimo. É um Estado arruinado. São vidros quebrados e professores que não vão dar aula. Esse Estado é mínimo.

Por outro lado, a Eletrobras, a Petrobras, as atribuições dessas estatais, enfim, isso é imenso, isso é um escândalo, isso é um exagero.

Eu acho que o Estado tem funções. Eu acho que seria importante, politicamente, definir essas funções. Ao contrário de outras pessoas aqui, eu acho que o Estado tem a função de assegurar a educação pública para as pessoas, e de boa qualidade. Eu acho que ele tem uma função na segurança. Eu acho que ele tem uma função crucial na saúde. Eu acho que, do ponto de vista da eficácia do discurso político, dizer: “O nosso Estado é máximo; precisamos de um Estado mínimo” é jogar toda a população nas mãos de quem quer um Estado máximo, ou seja, o capitalismo de Estado. Para a população, esse discurso não faz sentido.

Para a maioria dos brasileiros, não faz sentido dizer que o nosso Estado é máximo, porque, para eles, é mínimo, porque não tem segurança, não tem postos de saúde, e por aí afora. Então, do ponto de vista político, eu acho que o discurso de quem se opõe ao capitalismo de Estado e ao autoritarismo que vem junto com ele deveria ser: “O nosso Estado serve para beneficiar o grupo dos amigos do poder, e o nosso Estado deveria beneficiar a população, que paga impostos. O nosso Estado teria que fazer isso, aquilo, aquilo outro, e fazer muito bem”. Esse discurso teria um apelo popular. O povo quer um Estado que atenda as suas necessidades, mas a sua necessidade não é articular um bloco de poder político e econômico em torno de empresas estatais. Isso não é uma necessidade do povo.

O cenário político do Brasil não é um no qual a população que vota esteja disposta a dizer: “Deve-se privatizar os serviços públicos”. A população que vota é pessimamente atendida pelos serviços públicos. Já a Odebrecht é bem atendida pelas concorrências. A população que vota é abandonada pelos serviços públicos, e ela paga impostos extremamente altos. Qualquer um que pretenda se opor ao capitalismo de Estado deveria apelar à população para que os impostos que ela paga se revertessem em excelentes serviços públicos, e não num capitalismo de compadrio, não no desvio de dinheiro para o grupo de amigos do poder, não para alimentar câmaras de vereadores milionárias por aí, não para criar municípios ou até Estados.

Falando sobre educação, me preocupa muito quando se trata o tema da educação como um outro serviço público qualquer, e se trata esse tema como um tema que deve se subordinar a considerações da economia. Então, se explica que uma série de agentes privados poderiam fazer a mesma coisa que o Estado faz na educação por um custo menos e com eficiência maior. Então, você subordina toda a discussão da educação a uma discussão econômica de eficiência. Quem defende isso não entendeu o que é uma nação. A nação não é isso. A nação tem a ver com história, não só com economia. A nação é uma comunidade imaginada, é uma coletividade que imagina que tem um passado comum e um futuro comum. Quando se fala em educação pública, ela surgiu no curso do nacionalismo. Ela surgiu para sustentar a imaginação da existência da nação. O imaginário da existência da nação é sustentado pela educação pública, que produz o nosso passado, que fabrica a nossa tradição, fabrica as nossas datas, os nossos mitos de origem e por aí afora. É por isso que a educação é pública. Não é porque isso é mais eficiente economicamente.

Me preocupa um pouco quando se faz uma discussão que não leve em conta a importância extraordinária do Estado do ponto de vista político para a maioria da população e a importância extraordinária do Estado para certas funções simbólicas que ele deve cumprir. Eu acho que se se levasse essas coisas em conta, haveria mais chance de ganhar os eleitores para atacar o verdadeiro monstro: uma elite política que se entrelaça com uma elite econômica, eliminando a fronteira que existe entre as duas. É importante focar no verdadeiro monstro.

segunda-feira, outubro 31, 2011

A visita da Rainha de Sabá ao Rei Salomão

Mudando um pouco de assunto, uma vez que geralmente eu falo sobre política (ou temas correlatos), vamos falar de religião - mais precisamente, de um livro que eu adoro: a Bíblia. A história a seguir, consta do capítulo 9 do 2o Livro de Crônicas, do Antigo Testamento. Para quem não conhece a história, vale a pena conhecer os detalhes da visita da Rainha de Sabá ao abençoado e sapientíssimo Rei Salomão de Israel, filho do também grande Rei Davi, Patriarca da Principal Família Real de Israel. Eis o texto das Escrituras:

2 Crônicas 9

A rainha de Sabá, ouvindo falar da fama de Salomão, veio a Jerusalém para prová-lo por meio de enigmas. Ela tinha um séquito considerável, camelos carregados de aromas, grande quantidade de ouro e de pedras preciosas. Quando da sua visita a Salomão, expôs-lhe tudo o que tinha no coração.

Salomão respondeu a todas as suas perguntas, e nada houve por demais obscuro que não pudesse solucionar.

Diante dessa sabedoria do rei, à vista da residência que tinha construído para si,

dos manjares de sua mesa, dos aposentos de seus servos, da habitação e vestes de seus domésticos, de seus copeiros e seus trajes, dos holocaustos que oferecia no templo do Senhor, a rainha de Sabá ficou enlevada de admiração.

É, pois, verdade, disse ela ao rei, o que tinha ouvido dizer, em minha terra, a respeito de tuas obras e de tua sabedoria.

Não queria dar fé a isso antes de vir e ver com meus próprios olhos. Pois bem, o que me tinham descrito não era sequer a metade de tua imensa sabedoria; ultrapassas tudo o que soube de ti pela tua fama!

Felizes os teus servos! Felizes esses servos que sempre estão diante de ti e ouvem tua sabedoria!

Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te tomou como objeto de afeição, e te colocou no seu trono, como rei em nome do Senhor, teu Deus! É por causa de seu amor a Israel, e porque quer fazê-lo subsistir para sempre que te fez rei, para que faças reinar o direito e a justiça!

Em seguida, presenteou ao rei cento e vinte talentos de ouro, grande quantidade de aromas e pedras preciosas. Jamais se viram tantos aromas quantos os que a rainha de Sabá dera ao rei Salomão.

Os servos de Hirão e os servos de Salomão, que traziam o ouro de Ofir, trouxeram também madeira de sândalo e pedras preciosas.

Com essa madeira de sândalo o rei fez degraus para o templo do Senhor e para o palácio real, harpas e liras para os cantores. Nunca ainda se tinha visto semelhante madeira na terra de Judá.

O rei Salomão presenteou a rainha de Sabá com tudo o que ela sonhava ganhar, com muito mais do que ela havia trazido. Depois ela retomou com seus servos o caminho de sua terra.

O peso de ouro que Salomão recebia cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos,

além do que lhe traziam os mercadores e traficantes. Todos os reis da Arábia, como os governadores locais, traziam a Salomão {um tributo} de ouro e prata.

O rei Salomão mandou fabricar duzentos escudos de ouro batido, para cada um dos quais utilizou seiscentos siclos de ouro batido;

e trezentos pequenos escudos de ouro batido, para cada um dos quais empregou trezentos siclos de ouro. O rei colocou-os no palácio do Bosque do Líbano.

Mandou também construir um grande trono de marfim, revestido de ouro puro.

Esse trono tinha seis degraus, com um escabelo de ouro fixado no trono. Nos dois lados do assento havia encostos flanqueados por leões.

Doze leões estavam colocados à direita e à esquerda, nos seis degraus. Nada de semelhante havia ainda sido feito em nenhum reino.

Todas as taças do rei Salomão eram feitas de ouro, e todo o vasilhame do palácio do Bosque do Líbano era de ouro puro. Nada era de prata, metal do qual no tempo de Salomão não se fazia caso algum.

Pois o rei tinha navios que iam a Társis com os servos de Hirão, e uma vez a cada três anos a frota voltava de Társis, carregada de ouro, prata, marfim, macacos e pavões.

Dessa maneira, por sua riqueza e sabedoria, o rei Salomão avantajava-se a todos os reis da terra,

e todos procuravam sua presença a fim de poderem ouvir a sabedoria que Deus lhe tinha infundido no coração.

Cada um lhe trazia anualmente seu presente: objetos de prata, objetos de ouro, vestimentas, armas, aromas, cavalos e mulos.

Salomão possuía cavalariças para quatro mil cavalos de carros e doze mil {cavalgaduras} para cavaleiros, que ele colocou nas cidades onde estavam abrigados seus carros assim como em Jerusalém, perto de si.

Ele dominava sobre todos os reis, desde o Eufrates até a terra dos filisteus e a fronteira do Egito.

Graças a ele, a prata tornou-se, em Jerusalém, tão comum como as pedras, e os cedros tão numerosos como os sicômoros da planície.

Era do Egito e de todas as terras que se importavam cavalos para Salomão.

O resto dos feitos de Salomão, dos primeiros aos últimos, está relatado no livro do profeta Natã, na profecia de Aías de Silo e nas visões do vidente Ado a respeito de Jeroboão, filho de Nabat.

O reinado de Salomão sobre todo o Israel durou quarenta anos, em Jerusalém.

Depois disso, Salomão adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Roboão sucedeu-lhe no trono.

sexta-feira, outubro 28, 2011

Uma negação profética de Demétrio Magnoli

Em setembro de 2009, durante um colóquio do Instituto Millenium, ao falar sobre os efeitos da crise financeira mundial na economia americana, o sociólogo Demétrio Magnoli fez uma profecia por meio de uma negação, isto é, ele disse que apesar de todos os problemas econômicos por que passavam os Estados Unidos, não se viu nenhuma vidraça de banco quebrada e nenhum banqueiro enforcado em Wall Street. Demétrio disse que isso não aconteceu por causa da democracia, pois ela possui, segundo ele, "a impressionante capacidade de absorver choques, e aí, eis que surge a presidência de Obama".

O que Magnoli não previu foi o desastre, a frustração, a nulidade do governo Obama, em praticamente todas as áreas, principalmente na geração de empregos. Outra coisa que Magnoli não previu foi o fato de que apesar de a democracia americana estar absolutamente intacta, milhares de cidadãos americanos ocuparam e permanecem acampados em Wall Street há mais de mês, vociferando contra tudo o que representa o sistema financeiro, principalmente os bancos, é claro.

Esse discurso um tanto romântico de que a democracia absorve todo e qualquer tipo de choques e convulsões sociais demonstrou-se excessivamente otimista, pois a situação sócio-econômica dos Estados Unidos é tão ineditamente desastrosa que a imprensa americana, ecoando o clamor do povo, vem se perguntando: "O que vem a ser o sonho americano? Qual o verdadeiro sentido desse sonho? Ainda é possível ´fazer a América´, tal como há 10 anos?"

De agora em diante, o principal exercício de futurologia que devemos fazer é: em que resultará a ocupação de Wall Street?

terça-feira, outubro 25, 2011

Agradecimento

Pessoal, gostaria de agradecer a todos vocês por me ajudarem a atingir os 2 milhões de acessos no meu canal do YouTube, conseguidos na semana passada. Conto com vocês agora para atingir os 3 milhões. Obrigado!

A propósito: para quem ainda não conhece, meu canal no YouTube é www.youtube.com/slagp51

sábado, outubro 01, 2011

O início de um processo benéfico e irreversível

A seguir, notícia publicada hoje no site da Folha de S. Paulo:

Plano libera uso de guarda privada em prisões e ônibus

DE SÃO PAULO

O governo federal quer permitir a contratação de empresas privadas para serviços de segurança armada em presídios, transportes coletivos e em eventos, como jogos de futebol e shows.

Chamado "estatuto da segurança privada", o projeto foi apresentado pelo Ministério da Justiça a empresas e sindicato do setor, informa a reportagem de Catia Seabra, publicada na Folha deste sábado (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Pela proposta, as empresas poderão atuar na segurança patrimonial dos presídios --inclusive para agente de muralha-- mas não assumiriam o papel de carcereiros.

Elaborado sob medida para realização dos Jogos Olímpicos e para a Copa, o texto atribui ao organizador de eventos a responsabilidade pela segurança interna nos estádios e praças de show.

A intenção seria liberar os PMs hoje dedicados à segurança de jogos e estádios.

A seguir, meus comentários:

Finalmente, o governo brasileiro está dando os primeiros passos numa coisa em que eu venho falando desde meus verdes anos: a privatização do sistema prisional. A exemplo de vários países europeus e de vários Estados americanos, o governo brasileiro finalmente percebeu que o modelo penitenciário estatal está falido já há muito tempo, e que a solução é contratar empresas de segurança armada para cuidar dos presídios e, conseqüentemente, aumentar o contingente da PM na rua, pois lugar de PM é na rua, não no quartel, e nem na cadeia.

A propósito: o próximo passo do processo será trocar os carcereiros estatais por carcereiros que sejam funcionários das empresas de segurança armada.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Assassino não tem cor!

A seguir, notícia publicada no portal UOL:

Suprema Corte dos EUA suspende execução de assassino no Texas

Washington D.C.

A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu a execução programada para esta quinta-feira no Texas de um homem negro condenado por duplo assassinato, após admitir uma apelação de sua defesa, que argumenta que a sentença foi injusta porque teve a influência de um testemunho racista.

A Suprema Corte decidiu "interromper" a execução de Duane Buck, que seria feita por injeção letal, confirmou à Agência Efe por telefone um porta-voz do Departamento de Justiça Criminal do Texas.

Buck, de 48 anos, foi condenado a morte pelo assassinato, em 1995 em Houston (Texas), de sua ex-namorada e de outro homem, uma semana após ter rompido a relação com a mulher.

A culpabilidade de Buck não está em dúvida, a questão é que o júri que o condenou à pena de morte pode ter sido influenciado negativamente pelo testemunho de um psicólogo que argumentou no julgamento que os criminosos negros são mais propensos que os demais a representar um perigo futuro se libertados.

Além da solicitação de adiamento da execução à Suprema Corte, os defensores de Buck também apelaram ao governador do Texas, Rick Perry, conhecido defensor da pena de morte e favorito, segundo as últimas enquetes, para ser o candidato republicano nas eleições presidenciais de 2012.

A seguir, meus comentários:

Apesar de o psicólogo consultado pelo tribunal texano ter dado uma declaração infeliz e que não corresponde à realidade, pois, afinal de contas, qualquer assassino é perigoso se for libertado, a Suprema Corte americana e o Governador do Texas devem levar em consideração o fato de que o assassino não foi condenado à morte por ser negro, mas por ser um assassino. Não existe esse negócio de assassino negro e assassino branco. Assassino é assassino. Assassino não tem cor. Na minha opinião, se este homem cometeu um duplo homicídio doloso e a Justiça tem certeza de que ele é culpado, ele tem que pagar com a vida, sem contemplação.

quinta-feira, setembro 15, 2011

A perfídia de Jô Soares

Certa vez, há mais de 15 anos, Jô Soares afirmou, no seu programa de entrevistas, que durante a ditadura militar, os militares chegaram a elaborar um projeto que mudaria radicalmente as placas de trânsito das ruas, avenidas e estradas brasileiras, pois em vez de haver a esquerda e a direita, haveria a "direita A" e a "direita B", logo, em vez de haver placas, por exemplo, de "Vire à esquerda", haveria placas de "Vire à direita B", e a "direita A" seria a direita de fato.

Essa lembrança me veio à mente ontem. Perguntei a meu pai se ele, que vivenciou a ditadura militar, já havia ouvido falar desse suposto projeto dos militares, e ele me disse que nunca ouviu falar disso.

Tudo indica que o comuna Jô, que é extremamente maldoso e adora falar mal dos militares, tenha, simples e literalmente, inventado essa maluquice para poder ridicularizar os militares da geração de 1964, a qual salvou o Brasil do comunismo. Se bem que, em se tratando de alguém como Jô Soares, o que poderíamos esperar se não uma trampa pérfida como essa?

terça-feira, setembro 06, 2011

O pseudo-conservadorismo do DEM

Há alguns dias, assisti pelo YouTube a uma propaganda do Democratas (DEM), antigo PFL, que apesar de repudiar o esquerdismo hegemônico da política brasileira atual, expressa valores pseudo-conservadores; ademais, neste reclame, o DEM não se declarou tacitamente "de direita". A fala do partido, proferida por um jovem pobre, é a seguinte:

Só porque sou jovem e moro na periferia, alguns políticos pensam que eu tenho que ser de esquerda. A esquerda não é dona da juventude, nem de quem mora na periferia. Eu sou livre para pensar diferente. Sou a favor das cotas para os pobres, independente da cor. Sou a favor da Bolsa Família, mas as pessoas não podem depender dela para sempre. Eu quero mais, quero oportunidades, segurança e paz. Meu partido? Democratas. O partido da sociedade livre e da democracia brasileira.

Neste reclame, o DEM se diz "de direita" mas defende duas coisas que são contrárias à opinião majoritária da população brasileira: cotas nas universidades, quer sejam elas raciais ou sociais, e a bolsa-esmola, um dos símbolos do assistencialismo do governo de Lula, e que, ao que tudo indica, Dilma vai manter.

Se é para ser de direita desse jeito, eu não sou. Não dá. Ademais, convém lembrar que quando o PFL (Partido da Frente Liberal) foi refundado e mudou o seu nome para Democratas, os políticos que escolheram esse nome declararam tacitamente que copiaram o nome do Partido Democrata americano. Só que tem um probleminha: nos Estados Unidos, o Partido Democrata representa justamente a esquerda americana, enquanto que o verdadeiro partido americano de direita é o Partido Republicano, isto é, a "direita" brasileira se diz conservadora mas copia a esquerda americana até na nomenclatura!

Desse jeito, tal como já foi previsto por muita gente séria, o DEM vai acabar morrendo, e eu não terei o menor dó.

A culpa não é da internet!

A seguir, notícia da BBC Brasil:

Pai processa Facebook por fotos 'sugestivas' de filha de 12 anos

Site é acusado de 'negligência' por não impedir uso por parte de menina menor de 13 anos

O pai de uma menina de 12 anos da Irlanda do Norte está processando o Facebook por conta de fotos que considera "sugestivas" da jovem exibidas na rede social. Na avaliação do pai, as fotos - postadas pela própria filha - colocam a menina em risco de ser alvo de pedófilos na internet.

O Facebook em tese não aceita usuários com menos de 13 anos, mas o processo judicial argumenta que o controle é falho na prática. "(O Facebook) confia que as crianças colocarão sua idade real e não faz nenhum controle", disse a advogada do pai, Hilary Carmichael. "Uma checagem de idade, como (uma exigência) do número de passaporte, seria uma medida simples a ser implementada pelo site".

A advogada afirmou ainda que as imagens colocadas pela menina de 12 anos, cujo nome não foi divulgado, eram "sexualmente explícitas". "Ela aparece muito produzida, em poses provocativas, aparentando ser muito mais velha", disse a advogada. As fotos estariam acompanhadas de detalhes pessoais da menina, incluindo onde ela mora e a escola que frequenta.

"Negligência"
A queixa, apresentada na Justiça de Belfast, alega que o Facebook é "negligente" e criou um "risco de danos físicos e sexuais" para a menina.

Carmichael admite, porém, que a jovem foi responsável pela postagem das fotos - ela inclusive abriu uma nova conta no Facebook depois que seu pai fechou sua conta original. O pai alegou, segundo o jornal britânico The Daily Mail, que sua filha "é jovem demais para entender o que está fazendo. Ela está com problemas e praticando um comportamento autodestrutivo. Por isso está sendo submetida a terapia".

Jim Gamble, especialista em proteção de menores, disse que a política de limite de idade do Facebook é de difícil controle. "É praticamente impossível dentro dos padrões atuais ter certeza da idade de qualquer um, já que as crianças (com menos de 13 anos) mentem (sua idade)".

Para ele, os desdobramentos do caso na Irlanda do Norte serão valiosos. "É uma relação complexa (dos envolvidos na história) porque, é claro, existe uma obrigação da empresa, dos pais e de qualquer um que esteja cuidando das crianças".

Ainda que Gamble ache que o Facebook "avançou", ele opina que o controle para evitar o uso por parte de crianças não funciona tão bem quanto poderia. Procurado pela reportagem da BBC Brasil, o Facebook ainda não comentou o caso.

A seguir, meus comentários:

Qualquer pessoa que saiba como a internet funciona sabe muito bem que, neste caso, a culpa não é do Facebook, e sim do pai da menina. O dono do Facebook, o rapaz bilionário Mark Zuckerberg, não tem como controlar todos os menores de idade que mentem a sua idade para poderem abrir uma conta no Facebook. A negligência é do pai, que não proíbe a menina de usar o Facebook, e que, além disso, está tentando faturar uma grana preta através de uma injusta indenização, caso o Facebook seja condenado. Se bem que, para Mark Zuckerberg, o valor de qualquer indenização, ainda que milionária, não passa de argent de poche...

Como eu já escrevi há tempos neste blog, se uma pessoa usar uma faca da Tramontina para matar alguém, a culpa não é da Tramontina, mas da pessoa, logo, quem deve ser processado e condenado é o assassino, e não a fabricante de facas, cujos donos não têm culpa se alguém as usa para praticar crimes. No caso do Facebook e da internet como um todo, o raciocínio é o mesmo.

segunda-feira, agosto 29, 2011

?Por que no te callas?

A Cumbre Hispano-Americana, ocorrida no Chile, em que o Rei Juán Carlos, da Espanha, mandou o ditador venezuelano Hugo Chávez calar a boca foi um acontecimento carregado de um simbolismo que parece ter escapado a quase todos aqui no Brasil, até porque a grande maioria da população e da própria mídia brasileira não tem a menor idéia de como funcionam as monarquias modernas.

Antes de fazermos a análise, vamos "voltar a fita" e recordar o que aconteceu na Cumbre: Hugo Chávez chamou o Ex-Primeiro-Ministro espanhol José María Aznar de "fascista". Como reação, o atual Premiê espanhol, José Luis Zapatero, saiu em defesa de Aznar e reprovou o xingamento de Chávez. Mas havia um grande problema a ser resolvido: mesmo com o microfone cortado, Chávez continuava falando, ou melhor, gritando. A "bronca" educada de Zapatero de nada adiantou. Depois de um certo tempo, o Rei da Espanha perguntou a Chávez em voz alta: "?Por que no te callas?". Intimidado, assustado e absolutamente surpreso, Chávez calou imediatamente e ficou com cara de derrière, pois certamente não esperava uma reação tão veemente por parte do Rei.

A análise é a seguinte: quando o Rei da Espanha mandou Chávez calar a boca, o Rei agiu como um monarca moderno. Explico: nas monarquias modernas, notadamente da Europa, o monarca não é mais um governante, mas apenas e tão-somente um árbitro. Quando o Rei se manifestou, ele não entrou no mérito da discussão e apenas arbitrou a disputa pela palavra entre o Premiê espanhol e o ditador venezuelano, mandando, correta e merecidamente, que Chávez calasse a boca. Até aí, tudo bem; tudo estava certo. Porém, um certo tempo depois, o Rei afinou, pois voltou atrás e pediu desculpas publicamente a Chávez.

Falando em termos étnicos e em nome dos meus ancestrais espanhóis, devo dizer que fiquei muito decepcionado quando o Rei da Espanha afinou, pois toda a gana espanhola do Rei deu lugar, quando ele voltou atrás, a uma atitude tipicamente portuguesa: o Rei da Espanha baixou a cabeça diante de uma pessoa que estava errada e acabou dando moral ao Caudilho.

Freqüentemente, nós assimilamos defeitos alheios por causa da convivência. Não por acaso, quando o ditador Francisco Franco estava no poder, o Rei da Espanha se exilou por muito tempo justamente em Portugal; portanto, o Imperador dos Espanhóis acabou se deixando contaminar pelo que há de pior na personalidade portuguesa: a baixa auto-estima e o complexo de inferioridade. Em outras palavras, o Rei da Espanha se "lusitanizou". É uma pena, e é uma coisa que, infelizmente, não tem volta. O que foi feito não poderá jamais ser alterado, e o maldito ditador venezuelano Hugo Chávez acabou passando por vítima nesta história.

domingo, agosto 28, 2011

A raça, o preconceito e o Brasil

Existe uma questão que, freqüentemente, é tema de discussão aqui no Brasil: o povo brasileiro é racista? A resposta a esta questão não é simples, mas posso começar a respondê-la dizendo que há no Brasil, de fato, um fortíssimo preconceito de cor, mas cor da pele, por si só, não é raça, pois o conceito de raça vai muito além disso. Por outro lado, o povo brasileiro não é racista, pelo menos não no sentido americano de racismo.

Em países como os Estados Unidos, a grande maioria da população, e não apenas os assim chamados "brancos", é profundamente racista, pois a grande maioria dos americanos acreditam piamente que os diferentes grupos étnicos são "clãs" humanos essencialmente diferentes, e que o melhor a fazer, para o bem da sociedade, é traçar fronteiras entre os grupos e mantê-los "puros", para evitar a mestiçagem, o que, na opinião de todo e qualquer racista, é uma coisa abominável que causa uma espécie de "degeneração", nos sentidos cultural, social e até genético do termo.

O discurso em prol da raça é a negação do Brasil, pois se o povo brasileiro fosse racista, não seria mestiço. A idéia de que a mestiçagem é não apenas aceita, mas considerada uma coisa positiva, é uma idéia genuinamente brasileira. Porém, não se pode negar que no Brasil há pouquíssimos negros e mulatos nas classes A e B e, de um modo geral, em cargos de liderança social, acadêmica, empresarial, política etc.

Enquanto, nos Estados Unidos, o próprio governo classifica os seus cidadãos de acordo com mais de 15 categorias raciais, a quase-totalidade dos cidadãos brasileiros têm uma enorme dificuldade de se auto-definir em termos raciais. O máximo que os brasileiros declaram no Censo é uma referência à cor da pele, sendo que, segundo dados governamentais de 2008, cerca de 44% dos brasileiros, isto é, quase metade da população, se declaram "pardos" (mestiços).

Geralmente, quando o brasileiro pensa em raça, o que vem à sua mente é o conceito, vago e bipolar, de "raça branca" e "raça negra". Raríssimamente um brasileiro vai além disso. Ademais, no Brasil não existe o conceito de "família branca" ou "família negra". É muito comum que os brasileiros dividam as famílias em católicas ou evangélicas, nortistas ou sulistas, corinthianas ou flamenguistas, ricas ou pobres etc., mas quase nunca atribuindo uma raça à família, até porque é justamente no seio da família que se manifesta o fenômeno social, cultural e genético da mestiçagem.

Em suma, como diria Demetrio Magnoli, "raça é coisa de cachorro!"

terça-feira, agosto 16, 2011

Quem seria o rei de Israel?

Não são poucas as pessoas que têm a seguinte dúvida: por que o Estado de Israel é uma república, e não uma monarquia? Quem teria direito ao trono de Israel? A resposta é muito simples: em 1948, o Estado de Israel foi fundado como uma república porque é absolutamente impossível rastrear os descendentes da família do rei Davi, isto é, a principal família real do Israel antigo, para conduzir um deles ao trono.

sexta-feira, agosto 12, 2011

O futuro será de todos!

Certa vez, há mais de 10 anos, um líder do movimento gay foi entrevistado por Jô Soares e, logo no início da entrevista, proferiu a seguinte declaração, aparentemente boa e inofensiva, mas cujo verdadeiro significado, quando decodificado, revela o autoritarismo perverso desse cidadão:

O futuro é das minorias!

Na minha opinião, o futuro não tem que ser nem das minorias, nem da maioria. O futuro tem que ser de todos! O que esse líder gayzista quer impor à sociedade brasileira é a idéia autoritária de que as minorias politicamente organizadas, neste caso a minoria gay, imponham suas vontades e caprichos à maioria, neste caso nós, os heterossexuais. Mas isso não é correto e nem justo.

Que a maioria oprima as minorias, não é justo, mas que as minorias oprimam a maioria, é ridículo. Como disse a presidente Dilma Rousseff, deve-se defender o respeito aos homossexuais, e não fazer apologia do gayzismo.

O futuro tem que ser (e será!) de todos, em igualdade de direitos e deveres.

segunda-feira, agosto 01, 2011

A volta da propriedade privada em Cuba

A seguir, notícia do UOL que dispensa comentários:

O Parlamento de Cuba deu luz verde nesta segunda-feira a um plano de reformas econômicas que deve trazer mudanças importantes ao modelo comunista vigente no país. Entre as medidas está a comercialização de moradias, o que significa a volta da propriedade privada à ilha.

A reforma foi aprovada pela Assembleia Nacional do Poder Popular, cuja sessão foi aberta pelo presidente Raúl Castro.

Castro vem defendendo reformas que possibilitem a criação de um mercado livre limitado desde que recebeu o poder das mãos do irmão, Fidel, em 2008.

Com a aprovação do plano, os cubanos vão poder, pela primeira vez em 50 anos, comprar propriedades. A escassez de habitações é um dos grandes problemas da ilha, já que apenas a troca de casas é permitida (sem uso de dinheiro), o que provocou a criação de um mercado negro para a aquisição de moradias.

A compra de mais de um automóvel também será permitida. Ainda é prevista a eliminação de um milhão de empregos no setor público. Viagens ao exterior também serão facilitadas, assim como será autorizada a abertura de pequenos negócios.

O pacote com 313 medidas foi desenhado em abril deste ano, durante o Congresso do Partido Comunista.

Comunismo
Durante a sessão no Parlamento, o deputado José Luiz Toledo Santander, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, ressaltou que, apesar da reforma, a Constituição de Cuba reconhece que o Partido Comunista "é a força dirigente superior da sociedade e do Estado", segundo o jornal Juventud Rebelde.

As mudanças ficam a cargo da Comissão de Implementação, que segundo o jornal irá definir, de maneira concreta, "o conceito de elementos teóricos do modelo cubano que se atualiza e propor normas jurídicas".

A comissão tem ainda a missão de implementar um novo modelo de gestão nas empresas estatais de Cuba.

Mais uma vitória do bom senso

A seguir, notícia do UOL que dispensa comentários:

01/08/2011 - 17h43
Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF
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FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de classe para exercer sua profissão.

Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar profissionalmente se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.

Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar documento de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder se apresentar.

A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido quando chegar no tribunal.

Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades só pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados", afirmou.

O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.

Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas, por entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.

quarta-feira, julho 27, 2011

Mais um erro estratégico do tucanato

A seguir, notícia do site do Estadão:

Aécio tenta atrair Marina para projeto de 2014

Governador tucano Antonio Anastasia assinou decreto concedendo à ex-senadora o título de cidadã honorária e já planeja cerimônia

27 de julho de 2011

Marcelo Portela - O Estado de S.Paulo
BELO HORIZONTE


Sem partido e com um poderoso cacife eleitoral que rendeu quase 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010, a ex-senadora Marina Silva (AC) está na mira do tucanato mineiro. Na avaliação de integrantes do PSDB, uma aproximação com a ex-verde poderia impulsionar uma possível candidatura do senador tucano Aécio Neves à Presidência em 2014, além de uma virtual empreitada para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte no ano que vem.

O primeiro passo dessa tentativa de aproximação foi dado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB). Antes de embarcar no fim de semana para uma viagem oficial ao Japão, ele assinou decreto concedendo a Marina o título de cidadã honorária de Minas Gerais. O governo e a Assembleia Legislativa já planejam uma cerimônia para entrega do título à ex-senadora.

"Ainda estamos tentando contato com ela, mas haverá cerimônia com a presença do Anastasia", disse o deputado estadual Délio Malheiros (PV), que encaminhou pedido ao governo, em abril, para a concessão do título.

Apontado como possível candidato à Prefeitura da capital mineira, Malheiros afirma que não foi apenas o cacife eleitoral de Marina que pesou para ela se tornar cidadã mineira. "É respeito à pessoa dela e ao eleitorado mineiro", disse. O deputado ressalta que, no primeiro turno das eleições presidenciais, Marina liderou na capital e ficou em segundo no Estado, o que atesta "a afinidade e o apreço dos mineiros a esta grande personalidade".

Mas o parlamentar assume que o apoio de Marina também pode ajudar nos projetos em torno da Prefeitura, em 2012, e da Presidência, em 2014, apesar de ela ter se recusado a apoiar o então candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno.

Boa relação. "O Serra é uma coisa bem diferente do Aécio. A Marina tem boa relação com Aécio, Anastasia e comigo. Ela poderá nos ajudar. Se o PSDB tiver preocupação com meio ambiente, nos termos que ela entende, acredito que ela pode apoiar", avaliou Malheiros. "Estamos num momento político que qualquer coisa que puder atrair Marina é ótimo."

Para isso, o PSDB e o PV - que faz parte da base aliada do governo em Minas - ainda têm outro percalço. Marina tem forte ligação com o candidato derrotado ao governo de Minas, o ex-deputado José Fernando Aparecido, que também deixou o PV no início do mês. Durante a campanha do ano passado, José Fernando atacou duramente o governo. "Ele se equivocou em muitas posições. Sua postura política criou arestas com Aécio Neves. Agora, terá que administrar os conflitos que criou. Mas ela não se envolveu nisso", declarou Malheiros.

Procurado pela reportagem, José Fernando não atendeu aos telefonemas. Mas o presidente do PV mineiro, Ronaldo Vasconcelos, confirmou que a ligação de Marina com o ex-deputado pode ser um empecilho nos planos dos tucanos. "É um exercício de futurologia, mas acho muito difícil um possível apoio a Aécio. O José Fernando é uma pessoa com muita dificuldade de relacionamento no governo. E ela é muito ligada a ele", analisou.

Vasconcelos concorda com a concessão do título de cidadã honorária a Marina "pelo que ela já fez pelo Brasil e por Minas Gerais", mas acredita ser mais provável a ex-senadora se candidatar novamente à Presidência em 2014.

"Se dependesse só dela no segundo turno, caminharia ao lado da Dilma", lembrou o presidente do PV mineiro, integrante do Conselho Nacional da legenda. "A homenagem é meritória. Quem vê possibilidade de aproximação pode se enganar. Como primeira intenção, é uma decisão correta. Se há segundas intenções, só o tempo vai dizer se foi acertada."

PARA LEMBRAR

Ela evita falar em partidos

Ao deixar o PV, no início do mês, a senadora Marina Silva anunciou que iria se dedicar à formação de um movimento suprapartidário - que, eventualmente, pode se tornar um partido político ainda no ano que vem. Nessa tarefa, ela tem tido contatos com políticos do PT (Alessandro Molón, do Rio), PDT (José Reguffe, do Distrito Federal) e PSB (Luiza Erundina, de São Paulo), além de Heloísa Helena, hoje vereadora do PSOL em Maceió.

Antes disso, sua vida parlamentar foi construída no PT do Acre, ao qual se filiou, nos anos 1980, e pelo qual foi senadora por 16 anos, até 2003. Em seguida, foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula de 2003 até 13 de maio de 2008. Deixou o partido em junho de 2009 para se candidatar à Presidência da República pelo PV. Na disputa pelo Palácio do Planalto, em 2010, ficou em terceiro lugar, com 19,6 milhões de votos.

A seguir, meus comentários:

Mais uma vez, os tucanos não conseguem fazer uma análise correta da situação do PSDB e dos seus possíveis aliados. No caso de Marina Silva, os tucanos querem que uma mulher que já foi candidata à presidência e que recebeu quase 20 milhões de votos seja vice na chapa de Aécio em 2014. Quanta ingenuidade! Certamente, Marina vai se candidatar à presidência novamente, não importa por qual partido.

O boom dos celulares no Brasil

Foi divulgado na internet que o Brasil possui 220 milhões de telefones celulares. Atualmente, a população brasileira é de quase 200 milhões de pessoas. Se nós tirarmos do cálculo as crianças, os octogenários e as pessoas que não gostam de celular, sobram cerca de 130 milhões de usuários em potencial, os quais têm ao seu dispor 1,7 celular. É mole?

Devemos reconhecer que o preço do uso do celular ainda é alto, quando comparado com o resto do mundo. Mas imagine quando ficar mais barato!

Na Espanha, a Igreja tem quórum

Ontem, meu pai me contou que assistiu a uma reportagem da TVE, a estatal espanhola, que mostrava que na Espanha, a Igreja Católica está trabalhando com quórum, isto é, se não houver ao menos 12 fiéis na igreja, o padre se recusa a rezar a missa.

A bem da verdade, o padre deve rezar a missa se houver ao menos um fiel que seja. Não obstante, esse fato denuncia a decadência da Igreja Católica num país outrora tão católico quanto a Espanha.

No fechamento da reportagem, o repórter entrevistou um velhinho católico que disse: "Se essa igreja [católica] está fechada, as pessoas vão procurar outras igrejas". Essas "outras igrejas" certamente são igrejas protestantes/evangélicas.

Para dar um exemplo, a Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, já está presente na Espanha com 19 templos, ampliando os domínios do seu império multinacional e preenchendo uma lacuna aberta pela Igreja de Roma, cuja culpa é dos próprios padres e, em última instância, do bispo de Roma, isto é, o papa.

domingo, julho 24, 2011

O "imperialismo" brasileiro

Muito se fala, inclusive aqui no Brasil, sobre o imperialismo americano. A grande maioria do povo brasileiro ainda tem a visão do grande irmão do norte como uma superpotência blindada contra crises mundiais e exploradora do Brasil. Porém, de uns anos para cá, o Brasil conquistou muitos avanços sócio-econômicos invejáveis até pelos próprios americanos. Eis alguns fatos:

Conquistas econômicas:

1- Pela primeira vez na história do nosso país, o risco-Brasil está menor do que o risco americano. Isto significa, grosso modo, que as chances atuais de os devedores não honrarem seus compromissos são maiores nos Estados Unidos do que aqui no Brasil.

2- O governo brasileiro é credor de 189 bilhões de dólares da dívida externa dos Estados Unidos.

3- Quando candidato, Lula sempre disse que daria calote na dívida do FMI. Uma vez eleito, Lula não só pagou como pagou adiantado. Ademais, hoje o Brasil é credor do FMI, pois empresta muito dinheiro para o fundo.

4- A taxa de desemprego nunca esteve tão baixa. Em setores como a construção civil, faltam pedreiros. No ramo predial, o mercado está aceitando porteiros sem experiência.

5- Você se lembra da última greve geral que houve no Brasil? Você vê motivos para uma greve geral no momento atual?

6- O Brasil é o maior exportador mundial de café, carne bovina, suco de laranja, minério de ferro, soja etc., e o segundo maior exportador de frango.

7- Você que é jovem como eu imagina que o Brasil importava 85% do petróleo que consumia dos países-membros da OPEP, tinha muita dificuldade de pagá-los e chegou até a decretar moratória, isto é, deu calote nos árabes?

8- A Petrobras está presente na Argentina, na Colômbia, no Peru, em Cuba, no Japão, nos Estados Unidos, em Angola etc.

Conquistas sociais:

1- Mesmo tendo começado há pouco tempo, as novas medidas de segurança pública no Rio de Janeiro, que incluem a ocupação do Morro do Alemão e a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em vários morros da Cidade Maravilhosa, já apresentaram resultados, tais como a diminuição em 18% da taxa de homicídios no Rio.

2- A taxa de homicídios caiu 12% no Estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano. Espera-se que a polícia paulista continue firme e forte na luta contra o crime e que esta taxa caia cada vez mais.

3- Pela primeira vez no Brasil, o governo não está conseguindo encontrar famílias pobres o suficiente para receberem a bolsa-esmola. O governo federal está pedindo ajuda aos governos estaduais e até municipais para procurar pobres. Segundo o governo federal, existem 16,2 milhões de cidadãos, isto é, 8,5% da população brasileira, em situação de pobreza extrema, só que o governo não as acha. Estas informações provêm de uma notícia do jornal A Tribuna de Santos de hoje, dia 25 de julho.

4- "Tá ruim mas tá bom": hoje, dia 25 de julho, o Aeroporto de Congonhas inaugurou uma sala, que já estava pronta há muito tempo mas estava fechada, para agilizar o embarque dos passageiros nos aviões. Devido ao barateamento das passagens aéreas e à melhoria econômica das classes C, D e E, a demanda por vôos aumentou tanto que os aeroportos brasileiros não estão dando conta. Portanto, a Infraero está entrando no regime de concessão de funções à iniciativa privada.

5- Pela primeira vez na história do Brasil, o governo federal conseguiu estabelecer um programa confiável de distribuição gratuita de remédios de doenças crônicas, como diabetes e pressão alta.

6- Atualmente, a redução da tributação sobre o preço dos computadores tem proporcionado a inclusão digital em todo o Brasil, inclusive das classes C, D e E.

7- A cidade de Santos já conta com pontos de acesso público gratuito à internet nos seguintes lugares: Centro Histórico, José Menino, Aparecida, Vila Nova, Vila Mathias e Morro do São Bento, proporcionando a inclusão digital a muitos santistas das classes C, D e E.

8- Segundo o artigo do repórter Amarildo Paticcié, do site www.cabangu.com.br, o Brasil é considerado o campeão mundial em empreendedorismo. Um em cada 8 brasileiros tem o seu próprio negócio. Nos Estados Unidos, essa proporção é de um para cada 10 americanos. Na Inglaterra, de um para cada 33, e na Finlândia e na Suécia, de um para cada 50! Os dados são de uma pesquisa realizada em 21 países, sendo confirmada a liderança brasileira na área de empreendedorismo. Só no ano de 1999, foram criadas 475 mil empresas no Brasil. Destas, quase 57% eram micro-empresas.

terça-feira, maio 17, 2011

A maluquice da sociedade sem dinheiro

Na casuística ufológica, existem dois dados constantes que os abduzidos e/ou contatados fornecem quando expõem o que conversaram com os ETs: eles são sempre vegetarianos e não usam dinheiro. É uma coincidência muito estranha, pois é sempre assim.

Quanto ao vegetarianismo, eu, um onívoro convicto, acho isso, no mínimo, uma extravagância, pois o ser humano, na sua condição de animal, precisa consumir pelo menos um pouco de proteína animal. A humanidade faz parte da fauna! Quanto aos ETs não usarem dinheiro, aí já é outra história... Recentemente, assisti a uma palestra de um ufólogo peruano que contou a história de um iugoslavo que foi abduzido várias vezes, tornou-se amigo dos ETs e disse que no planeta desses seres não há dinheiro.

Quando penso numa sociedade sem dinheiro, a primeira pergunta que me vem à cabeça é: como o trabalho é remunerado? Além disso, eu só consigo imaginar uma sociedade sem dinheiro como uma tribo pequena estacionada na Idade da Pedra. Mais do que isso, para mim, não dá. Porém, o filho de um amigo meu, também peruano, é estudante de economia e me disse que a civilização inca era uma sociedade sem dinheiro. Fiquei pasmo, pois não consigo imaginar uma sociedade tão complexa quanto os incas sem capital.

A julgar pelo que o rapaz me explicou, o trabalho, por mais complexo que fosse, era sempre remunerado na base da permuta; confesso que não entendi direito como isso funcionava, pois o rapaz não foi muito claro na sua explanação.

Voltando ao ufólogo peruano, na parte final de sua palestra, o pesquisador, que deve ser católico, defendeu a Teologia da Libertação, que nada mais é senão catolicismo marxista, citou belas declarações de Fidel Castro e Che Guevara sobre como o mundo seria paradisíaco se o dinheiro fosse distribuído de maneira equitativa etc. No fundo, o cara é comunista. Só que tem um probleminha: Karl Marx defendia a divisão equitativa do dinheiro - até aí, tudo bem. Mas Marx jamais pregou a abolição da moeda, do dinheiro, do capital, ou como você queira chamar. No fundo, esse ufólogo é uma mélange "porra-louca" de comunista e anarquista que não gosta de dinheiro... ou diz que não gosta, pois certamente ele cobra pelos seus livros como ufólogo e pelo seu trabalho como professor da USP que é.

A maluquice da sociedade sem dinheiro é apenas mais uma das "porra-louquices" paridas pela mente delirante de gente que acha que tem o poder de consertar o mundo através de uma atitude simplista. Em suma, o mundo estaria bem melhor se não houvesse tanta gente tentando melhorá-lo por meio de "soluções" mirabolantes.

sábado, maio 14, 2011

Bolsonaro está parcialmente correto

Todos nós, ao termos filhos, desejamos ardentemente que eles sejam 4 coisas: heterossexuais, bonitos, saudáveis e inteligentes. Quem quer que negue isso é hipócrita.

Recentemente, o deputado federal Jair Bolsonaro, do PP-RJ, afirmou que ninguém gosta de ter filhos homossexuais. A bancada gayzista da Câmara dos Deputados ficou extremamente ofendida, mas o fato é que Bolsonaro está montado na razão.

O único exagero de Bolsonaro foi dizer que se o filho gay apanhar bastante ele vira macho. Isso é besteira, pois nem isso adianta para o filho deixar de ser gay.

Mais uma vez, Bolsonaro está certo mas tropeça no linguajar e na agressividade ao falar.

quarta-feira, maio 04, 2011

Os papéis fundamentais do Estado

No mês passado, estive na Colômbia e, quando em Bogotá, passei por uma manifestação de estudantes e sindicalistas que protestavam contra o projeto do governo colombiano de privatizar as universidades públicas.

Não sei se o governo colombiano realmente privatizou ou não. Só sei que neste caso específico, concordo plenamente com os manifestantes no que diz respeito aos papéis fundamentais do Estado. Explico: existe uma miríade de atribuições que o Estado, em países como o nosso Brasil, se dá mas que definitivamente não entram na categoria de "dever do Estado". Porém, devo confessar que se eu revelasse essa intenção do governo colombiano para alguns amigos meus, soi disant "liberais", eles ficariam em estado de Nirvana. Mas tem um detalhe: nesse ponto, a escola liberal clássica erra, e erra feio, pois eu, na condição de ex-liberal, devo dizer que existem 3 serviços que o Estado tem que fornecer aos cidadãos, e de boa qualidade: educação, saúde e segurança. Não faz o menor sentido reduzir o tamanho do Estado nessas 3 áreas. É burrice. É coisa de pessoas que, a bem da verdade, não são nem liberais, mas anarco-capitalistas.

A grande maioria dos liberais tem tanta ojeriza do Estado que eles mais parecem anarquistas. O único ponto de divergência entre os anarco-capitalistas e os anarquistas clássicos é o fato de que os anarquistas clássicos costumam ser hostis à economia de mercado, preferindo, em geral e de maneira incoerente, uma economia meio que planificada, de tipo socialista; mas como fazer isso sem a existência do Estado?

Apesar de defender a redução do tamanho do Estado, eu não tenho raiva do Estado. Este é o ponto. E os ditos "liberais", na sua grande maioria, não conseguem pronunciar a palavra "Estado" sem rosnar...

Voltando ao foco do meu texto: uma coisa é reduzir o tamanho do Estado; outra coisa é pregar o não-Estado e negligenciar a educação pública, a qual, como eu costumo dizer, é um dos 3 serviços que compõem o que eu chamo de "tripé da sociedade justa".

Para os liberais (ou anarco-capitalistas) rosnarem bastante, aqui vai: não se constrói uma nação de sucesso sem educação pública de boa qualidade!

quarta-feira, março 02, 2011

Sofisma racialista

Acabei de ver no YouTube um documentário sobre as cotas raciais nas universidades brasileiras em que um militante do movimento negro proferiu o seguinte sofisma:

"A ciência não prova a existência de Deus, mas a grande maioria das pessoas crê em Deus. Paralelamente, a ciência não prova a existência de raças, mas a grande maioria das pessoas crê em raças, logo, é necessário que haja cotas raciais nas universidades brasileiras".

Esse militante pró-cotas é muito desonesto, pois misturou dois conceitos que não têm nada a ver um com o outro. Quanto à existência ou não de Deus, eu não preciso nem explicar, mas quanto à questão da raça, eu devo dizer que a ciência moderna, mais precisamente a biologia moderna, já provou definitivamente que a espécie humana é monotípica, isto é, não se divide em raças. A ciência moderna não tem a menor dúvida quanto à não-existência de raças "dentro" da espécie humana.

Mais uma vez, um ativista pró-cotas mente de maneira asquerosa para defender o seu ponto de vista. Isto é mais do que uma evidência de que as cotas raciais são intrinsecamente injustas e abomináveis.

Reflexões sobre o sistema prisional

Há alguns anos, eu estava num barzinho conversando sobre política com algumas pessoas quando um rapaz disse para um conhecido meu, que estava falando sobre o sistema prisional americano: "Você diz que o sistema prisional americano é uma maravilha, mas os Estados Unidos são o campeão mundial de encarceramento, com dois milhões de pessoas presas!" Lembro-me que esse rapaz falou isso como se esse fato fosse um demérito, uma coisa da qual os americanos deveriam se envergonhar. Porém, esse meu conhecido retrucou com a seguinte pergunta: "Você se sente seguro num país como o Brasil, em que existem milhares de bandidos que não estão na cadeia por estarem foragidos ou até mesmo porque todas as cadeias estão superlotadas e não cabe mais ninguém lá dentro?" O rapaz emudeceu, tomou um gole de cerveja e resolveu mudar de assunto.

Ademais, cabem aqui mais algumas considerações: quando uma pessoa comete um crime, o mínimo que deve acontecer com ela, em termos de punição, é ir para a cadeia. Pouco importa se são poucas pessoas ou dois milhões.

terça-feira, março 01, 2011

"Bruna Surfistinha" e o estado atual do cinema brasileiro

Anteontem, eu e minha namorada fomos ao cinema e assistimos ao filme "Bruna Surfistinha". Obviamente, não vou contar o final do filme, pois não sou estraga-prazeres. Devo dizer, para começo de conversa, que o filme vai muito além das cenas de sexo, que são muitas e bem fortes, mas é um filme que tem cenas de sexo por ser sobre a vida de uma prostituta, e não simplesmente por ser um filme brasileiro. O que quero dizer com isso é que, diferentemente dos filmes brasileiros dos anos 60, 70 e 80, este tem um motivo mais do que justo para conter cenas de sexo, mas não é só sexo. Este é o ponto.

Além disso, o filme em si é muito bem feito. A imagem é ótima, inclusive a fotografia. O som é ótimo, absolutamente nítido. A caracterização dos personagens foi feita na medida certa, sem estereótipos. Além disso, a própria história de vida de Raquel Pacheco (nome verdadeiro de Bruna) é inusitada, para dizer o mínimo: ela é filha adotiva de um casal sorocabano de classe média e tornou-se prostituta para poder ganhar a vida independente do orçamento doméstico, e também para sair de casa, é claro.

A carreira de Bruna teve altos e baixos, mas no fim ela acabou por tornar-se uma celebridade internacional, pois seu livro, "O Doce Veneno do Escorpião", já foi traduzido para 15 línguas".

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Tetranetas de Tiradentes também querem mamar na "viúva"

A seguir, notícia da Folha Online:

26/01/2011 - 08h54

Duas tetranetas de Tiradentes também vão pedir pensão


RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO

Mais de 200 anos após a morte de Tiradentes, duas tetranetas do mártir da Inconfidência pretendem reivindicar uma pensão especial do governo que uma irmã delas já recebe. Nascidas no Rio, as irmãs moram em Brasília.

Carolina Menezes Ferreira, 67, disse à Folha que o direito à pensão existe porque a ascendência está provada por documentos. Ela afirma que o processo só não começou ainda por falta de tempo. "A gente sabe que, se entrar, é tranquilo que ganha", diz.

Carolina fará o pedido com a irmã Belita Menezes Benther, 71, que ganha pensão do governo do Distrito Federal pela morte do marido.

As duas querem o mesmo benefício que a caçula Lúcia de Oliveira Menezes, 65, recebe graças a uma lei proposta no governo do presidente Itamar Franco (1992-1994) e sancionada em 1996, já no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

A lei é específica para Lúcia e garante a ela "pensão especial mensal, individual, no valor de R$ 200, reajustável". O valor equivalia a dois salários mínimos na época.

PENSÃO

Lúcia afirma, porém, que só começou a receber a pensão em 2008, após vencer uma batalha judicial no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

O órgão argumentava que ela já recebia uma pensão pela morte do pai. Lúcia reclama também que o valor do benefício nunca foi reajustado e que hoje recebe R$ 215. "É um absurdo, eu ainda estou brigando", conta.

Corrigidos pela inflação, os R$ 200 estabelecidos na lei de 1996 equivaleriam atualmente a R$ 727.

Ela diz que um processo para aumentar o que chama de "pensãozinha" corre na Justiça Federal. "Foi bom você ligar, porque assim o Brasil fica sabendo que a gente tem que batalhar muito", afirmou ela.

O Ministério da Fazenda, que segundo a lei supervisiona o benefício de Lúcia, disse que não conseguiria confirmar ontem o valor recebido por Lúcia e desde quando ela recebe os recursos.

ASCENDÊNCIA

Lúcia diz que começou a reivindicar o pagamento dessa pensão em 1976.

Carolina, a irmã que ainda não recebe pensão, afirma que sempre ouviu do pai que eles descendiam do alferes Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792). "Eu falava para os meus coleguinhas [de escola] e eles morriam de rir", conta. Casada, ela diz "nunca" ter trabalhado na vida.

Tiradentes foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, após ter assumido toda a responsabilidade pelo movimento inconfidente --que lutava contra o domínio português. Após o enforcamento, o corpo foi esquartejado. Os demais envolvidos no movimento foram degredados.

A seguir, meus comentários:

Não bastassem as centenas (talvez milhares) de pessoas que se empanturram com a bolsa-ditadura, isto é, com as indenizações milionárias, às custas da "viúva", que são pagas mensalmente aos guerrilheiros e terroristas pseudo-coitadinhos que foram perseguidos pela ditadura militar (ou aos parentes deles), agora é a vez das tetranetas do pseudo-herói Tiradentes, que querem mamar nas tetas do governo federal, sendo que uma das 3 tetranetas já mama faz tempo, e ainda quer aumentar o valor da grana que recebe.

Há um detalhe fundamental que ninguém parece ter percebido: quando Tiradentes foi condenado à morte, executado por enforcamento e esquartejado, o Brasil ainda era uma colônia de Portugal. Portanto, se essas 3 velhinhas oportunistas, das quais uma parece jactar-se de nunca ter trabalhado na vida, tivessem o mínimo de coerência, não obstante a cara-de-pau, elas teriam que processar o governo português e empanturrar-se de dinheiro do contribuinte lusitano, ora, pois!

Alguém poderia argumentar: "Essas senhoras estão desonrando a memória de seu grande ancestral, o herói Tiradentes!" Porém, a bem da verdade, em se tratando, como já falei, de um dos maiores pseudo-heróis (senão o maior) da história do Brasil, essas velhinhas estão apenas querendo mamar na "viúva" às custas de um ancestral famoso que não é digno da menor admiração.