quarta-feira, março 02, 2011

Sofisma racialista

Acabei de ver no YouTube um documentário sobre as cotas raciais nas universidades brasileiras em que um militante do movimento negro proferiu o seguinte sofisma:

"A ciência não prova a existência de Deus, mas a grande maioria das pessoas crê em Deus. Paralelamente, a ciência não prova a existência de raças, mas a grande maioria das pessoas crê em raças, logo, é necessário que haja cotas raciais nas universidades brasileiras".

Esse militante pró-cotas é muito desonesto, pois misturou dois conceitos que não têm nada a ver um com o outro. Quanto à existência ou não de Deus, eu não preciso nem explicar, mas quanto à questão da raça, eu devo dizer que a ciência moderna, mais precisamente a biologia moderna, já provou definitivamente que a espécie humana é monotípica, isto é, não se divide em raças. A ciência moderna não tem a menor dúvida quanto à não-existência de raças "dentro" da espécie humana.

Mais uma vez, um ativista pró-cotas mente de maneira asquerosa para defender o seu ponto de vista. Isto é mais do que uma evidência de que as cotas raciais são intrinsecamente injustas e abomináveis.

Reflexões sobre o sistema prisional

Há alguns anos, eu estava num barzinho conversando sobre política com algumas pessoas quando um rapaz disse para um conhecido meu, que estava falando sobre o sistema prisional americano: "Você diz que o sistema prisional americano é uma maravilha, mas os Estados Unidos são o campeão mundial de encarceramento, com dois milhões de pessoas presas!" Lembro-me que esse rapaz falou isso como se esse fato fosse um demérito, uma coisa da qual os americanos deveriam se envergonhar. Porém, esse meu conhecido retrucou com a seguinte pergunta: "Você se sente seguro num país como o Brasil, em que existem milhares de bandidos que não estão na cadeia por estarem foragidos ou até mesmo porque todas as cadeias estão superlotadas e não cabe mais ninguém lá dentro?" O rapaz emudeceu, tomou um gole de cerveja e resolveu mudar de assunto.

Ademais, cabem aqui mais algumas considerações: quando uma pessoa comete um crime, o mínimo que deve acontecer com ela, em termos de punição, é ir para a cadeia. Pouco importa se são poucas pessoas ou dois milhões.

terça-feira, março 01, 2011

"Bruna Surfistinha" e o estado atual do cinema brasileiro

Anteontem, eu e minha namorada fomos ao cinema e assistimos ao filme "Bruna Surfistinha". Obviamente, não vou contar o final do filme, pois não sou estraga-prazeres. Devo dizer, para começo de conversa, que o filme vai muito além das cenas de sexo, que são muitas e bem fortes, mas é um filme que tem cenas de sexo por ser sobre a vida de uma prostituta, e não simplesmente por ser um filme brasileiro. O que quero dizer com isso é que, diferentemente dos filmes brasileiros dos anos 60, 70 e 80, este tem um motivo mais do que justo para conter cenas de sexo, mas não é só sexo. Este é o ponto.

Além disso, o filme em si é muito bem feito. A imagem é ótima, inclusive a fotografia. O som é ótimo, absolutamente nítido. A caracterização dos personagens foi feita na medida certa, sem estereótipos. Além disso, a própria história de vida de Raquel Pacheco (nome verdadeiro de Bruna) é inusitada, para dizer o mínimo: ela é filha adotiva de um casal sorocabano de classe média e tornou-se prostituta para poder ganhar a vida independente do orçamento doméstico, e também para sair de casa, é claro.

A carreira de Bruna teve altos e baixos, mas no fim ela acabou por tornar-se uma celebridade internacional, pois seu livro, "O Doce Veneno do Escorpião", já foi traduzido para 15 línguas".