sábado, fevereiro 25, 2012

Enquanto a América dança, Obama canta

No mês passado, Obama visitou um teatro no bairro nova-iorquino do Harlem, onde estava programado que discursaria para militantes e financiadores de sua campanha à reeleição. Num dado momento do discurso, Obama cantarolou a canção Let´s stay together, de Al Green, um clássico da música soul americana. A mídia americana cobriu o fato, mas não se disse uma palavra sobre alguma possível proposta que Obama tenha divulgado para tirar os Estados Unidos do atoleiro em que se encontram.

Enquanto, no passado, grandes presidentes americanos, tais como Lincoln, Roosevelt e Kennedy, proferiam discursos memoráveis motivando o povo americano a trabalhar duro em tempos de crise, Obama cantarola uma musiquinha em vez de discursar e acha que esse ridículo recurso teatral e de marketing vai salvar a América.

domingo, fevereiro 12, 2012

Dó tem limite!

No ano 2005, aos 19 anos de idade, eu cursei o primeiro ano da Faculdade de Jornalismo da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), aqui em Santos. No ano seguinte, abandonei a faculdade por motivos que não vou explicar agora - menos mal, pois eu não nasci para ser jornalista.

Agora há pouco, quando estava no meu quarto, deitado, tentando dormir, lembrei-me de um acontecimento "interessante", para dizer o mínimo. Ocorre que certa feita, eu conversava durante a aula com uma colega de classe que era, aliás, belíssima e extremamente amável - tão amável que tinha dó até mesmo dos bandidos que cometem crimes hediondos. Explico: não me lembro por que, mas de repente começamos a falar sobre o assim chamado "massacre" do Carandiru, que eu prefiro chamar de batalha, mas... conversa vai, conversa vem, e eis que ela diz a seguinte frase:

Pelo que eu sempre ouço falar desse caso, as pessoas e a imprensa em geral dizem que a PM entrou no Carandiru decidida a matar todo mundo!

Eu contestei essa versão dos fatos explicando à moça que quando a PM entrou na cadeia, os presos, que eram mais de 7 mil, haviam incendiado vários setores do presídio, faziam um monte de pessoas inocentes como reféns e estavam armados até os dentes. Portanto, o coronel Ubiratan não poderia entrar no Carandiru "pedindo licença". Ele invadiu o Carandiru com a finalidade de acabar com a rebelião, o que custou a morte dos tão famosos 111 detentos.

Mesmo após explicar tudo isso, eu notei que a mocinha continuou com dó dos criminosos. Nesta hora, eu, então com 19 anos e ainda um rapaz muito ingênuo, compreendi que dó tem limite. Ter dó desses detentos que foram mortos porque a PM cumpriu a sua obrigação de acabar com a rebelião é um excesso de compaixão, de pena, de boa-fé, de dó, enfim.

Além de tudo isso, por volta de 2010, já há dois anos, meu pai acrescentou um argumento fundamental em defesa da PM e do coronel Ubiratan, que comandou essa batalha vitoriosa e justa: o Carandiru era habitado por nada menos que 7 mil bandidos de alta periculosidade; desses 7 mil, a PM matou 111. Em termos porcentuais, 111 não são nem 1% de 7 mil. Portanto, se a PM matou menos de 1% dos detentos, a versão de que a PM entrou para "matar todo mundo" se torna até ridícula.

Para finalizar, uma reflexão: se a PM matou 111 bandidos no Carandiru e o Brasil inteiro ficou uns 5 anos sem ter uma única rebelião, imagine se o coronel Ubiratan tivesse mandado os PMs matarem todos os 7 mil presos? Talvez o Brasil ficasse livre de rebeliões até hoje. Porém, infelizmente, o heróico coronel Ubiratan não fez o serviço completo...

terça-feira, fevereiro 07, 2012

A televisão brasileira e a história do Brasil

Atualmente, a TV Record está exibindo, no horário nobre, uma série de sua produção sobre a história do rei Davi de Israel, um dos maiores heróis bíblicos e uma das figuras mais importantes do Velho Testamento. A grande audiência dessa série revela o fato de que o povo brasileiro carecia, já há muito, de uma programação religiosa voltada para a questão da espiritualidade, sem ter necessariamente um vínculo com esta ou aquela igreja. Porém, como sói dizer o escritor paranaense Laurentino Gomes, autor dos livros 1808 e 1822, existe no Brasil de hoje uma grande demanda popular pelo estudo e pela compreensão da história do Brasil, a qual ainda é muito mal contada nas escolas.

No caso das emissoras brasileiras privadas de TV aberta, não devemos esperar que elas produzam reportagens ou documentários de alto nível sobre a história do Brasil, pois elas estão focadas exclusivamente na lógica comercial de veicular os programas e atrações que dão mais audiência, nada importando para seus diretores e donos a história nacional.

Já no caso das TVs públicas/estatais, cabe a elas a missão de produzir conteúdos de alta relevância sobre a história do Brasil, pois estas emissoras não visam lucro - ao menos é o que o governo diz... Na minha opinião, uma emissora como a TV Cultura, por exemplo, tem a obrigação social de produzir uma miríade de conteúdos sobre a história nacional, pois as TVs públicas representam o Estado e, conseqüentemente, a nação brasileira.