quarta-feira, outubro 10, 2007

Por que não criticar?

No primeiro semestre desse ano, o senador e bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella foi entrevistado por Jô Soares e disse que não concordava com o projeto de lei anti-homofóbico aprovado pela Câmara dos Deputados e ainda em discussão no Senado porque ele transforma em delito de opinião qualquer crítica à conduta homossexual. A partir de então, Jô passou a interromper o senador várias vezes e a se aproveitar de sua habilidade humorística para descarregar um verdadeiro pacote de piadinhas maliciosas que ridicularizavam a crítica do bispo à homossexualidade. Inclusive, num determinado momento, Jô perguntou a Crivella se ele achava que a homossexualidade deve ser passível de crítica. Apesar de o senador não ter respondido essa pergunta com um "sim" enfático, ele se manteve firme na defesa do seu ponto de vista, e Jô, como de costume, continuou interrompendo o entrevistado e fazendo piadinhas maliciosas, uma atrás da outra, para ridicularizá-lo e tentar desnorteá-lo.

Quanto a tudo isso, existem duas coisas que precisam ser esclarecidas:

1- Delito de opinião não combina com democracia; é coisa de ditadura, pois, afinal de contas, liberdade de expressão apenas para dizer que todo mundo é lindo e maravilhoso não existe. Ao contrário do que muita gente pensa, a liberdade de expressão inclui os direitos de duvidar, criticar e até ofender.

2- A conduta homossexual deve ser passível de crítica pelo simples fato de que toda e qualquer conduta humana deve ser passível de crítica.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é o que eles chamam de 'mente aberta'.