quinta-feira, outubro 30, 2008

O mercado e a questão do obsolescência

Há um tempo atrás, um amigo meu me disse que um professor de economia de sua faculdade, comuna até a medula, fez a seguinte afirmação categórica: "Na economia capitalista, existe o princípio da obsolescência planejada: as empresas desenvolvem seus produtos/serviços plenamente cientes de que eles estarão obsoletos em 3 meses, por exemplo, para depois fazer um produto mais moderno e obrigar [sic] o consumidor a ter que comprá-los".

Analisando a fala desse egrégio propedeuta, pode-se constatar que ele se esqueceu de um detalhe fundamental: o mercado não funciona em uníssono, isto é, cada empresa desenvolve seus produtos/serviços no seu ritmo próprio; logo, sempre pode acontecer de o ritmo de uma empresa ultrapassar o ritmo de outra, fazendo com que os produtos/serviços da empresa A fiquem obsoletos antes do previsto por causa do salto da empresa B, e assim por diante. Aliás, às vezes pode acontecer o contrário também: pode ser que a empresa A desenvolva produtos/serviços que permaneçam atuais por mais tempo do que o previsto, pois as empresas B, C e D ainda não conseguiram dar um passo adiante.

Por fim, cabe comparar a situação supracitada, da economia capitalista, com o esquema de "funcionamento" da economia socialista: nela, impera o "princípio da obsolescência imediata e eterna", pois o desenvolvimento de produtos/serviços é monopolizado pelo Estado, que os impõe (aí sim!) aos cidadãos sem a menor possibilidade de renovação no mercado, simplesmente porque não há mercado, ora!

Qual dos dois modelos você prefere? Eu prefiro o primeiro. Se você prefere o segundo, é um direito que lhe assiste, mas faça o favor de preferi-lo bem longe daqui; de preferência com carteirinha de racionamento e cortando cana na roça!

Um comentário:

Anônimo disse...

Egrégio propedeuta... tenho que te dar um crédito... essa foi realmente engraçada...
Quanto ao artigo, está certíssimo, como de costume.