terça-feira, setembro 06, 2011

O pseudo-conservadorismo do DEM

Há alguns dias, assisti pelo YouTube a uma propaganda do Democratas (DEM), antigo PFL, que apesar de repudiar o esquerdismo hegemônico da política brasileira atual, expressa valores pseudo-conservadores; ademais, neste reclame, o DEM não se declarou tacitamente "de direita". A fala do partido, proferida por um jovem pobre, é a seguinte:

Só porque sou jovem e moro na periferia, alguns políticos pensam que eu tenho que ser de esquerda. A esquerda não é dona da juventude, nem de quem mora na periferia. Eu sou livre para pensar diferente. Sou a favor das cotas para os pobres, independente da cor. Sou a favor da Bolsa Família, mas as pessoas não podem depender dela para sempre. Eu quero mais, quero oportunidades, segurança e paz. Meu partido? Democratas. O partido da sociedade livre e da democracia brasileira.

Neste reclame, o DEM se diz "de direita" mas defende duas coisas que são contrárias à opinião majoritária da população brasileira: cotas nas universidades, quer sejam elas raciais ou sociais, e a bolsa-esmola, um dos símbolos do assistencialismo do governo de Lula, e que, ao que tudo indica, Dilma vai manter.

Se é para ser de direita desse jeito, eu não sou. Não dá. Ademais, convém lembrar que quando o PFL (Partido da Frente Liberal) foi refundado e mudou o seu nome para Democratas, os políticos que escolheram esse nome declararam tacitamente que copiaram o nome do Partido Democrata americano. Só que tem um probleminha: nos Estados Unidos, o Partido Democrata representa justamente a esquerda americana, enquanto que o verdadeiro partido americano de direita é o Partido Republicano, isto é, a "direita" brasileira se diz conservadora mas copia a esquerda americana até na nomenclatura!

Desse jeito, tal como já foi previsto por muita gente séria, o DEM vai acabar morrendo, e eu não terei o menor dó.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu não acredito que o DEM acabe "morrendo"
Talvez pela contradição no discurso, ele perca um pouco de força, ou não também. Tudo se trata de estratégia política.