quinta-feira, novembro 09, 2006

Hugo Chávez Vs. Papai Noel

Eis a notícia da France Press

Venezuela vai censurar Papai Noel por suposta influência americana

Os venezuelanos serão estimulados a festejar o Natal em escolas e repartições públicas sem a presença de pinheirinhos enfeitados ou da figura de Papai Noel, considerados importações americanas. O ministro venezuelano da Comunicação, William Lara, disse à France Presse que as famílias poderão comemorar a data como quiserem, mas que nos prédios oficiais há a determinação de "resgatar as tradições natalícias venezuelanas", que incluem presépios, canções e plantas locais. Segundo Lara, é preciso evitar a influência de "componentes culturais estrangeiros". O Natal, disse ele, não se converterá numa "festa de Halloween", o dia das bruxas, na tradição americana.

A "Enciclopédia Britânica" dá uma outra versão à origem de Papai Noel.
São Nicolau, que está na raiz do chamado “bom velhinho”, foi, no século 4º, bispo de Mira, na atual Turquia. Seus ossos foram transportados em 1087 para Bari, na Itália. A partir de então, ele se tornou um santo extremamente popular em toda a Europa cristã, por conta de milagres que envolviam as idéias de criança e de generosidade. No século XVI, ele era chamado na Holanda de "Sinterklaas" (de onde vem o "Santa Claus" americano), com gorro e barbas brancas. No século seguinte, imigrantes holandeses levaram seu culto a Nova York. Ou seja, ele não é de origem americana, mesmo que a Coca-Cola o tenha apresentado numa campanha publicitária em 1931. O Papai Noel barbudo e gordo já aparecia num livro infantil de 1822 e está retratado num quadro do pintor russo Ilya Répin (1844-1930).

A seguir, meus comentários:

Quando o Estado chega ao ponto de dizer às pessoas como elas devem comemorar suas festas, isto significa que ele está usando seu poder coercitivo para coagir o povo a agir como os governantes querem, e não como os indivíduos acham melhor. No caso específico desta patacoada do governo venezuelano, esconde-se, por trás de um sofismático discurso de proteção da cultura nacional, um profundo sentimento xenofóbico – neste caso, o anti-americanismo. O pior de tudo é que o Papai Noel não é uma invenção americana, e sim uma tradição européia, anterior ao surgimento dos Estados Unidos. Porém, não se deve esquecer que aqui no Brasil, um país que, em certas pesquisas, revela-se tão anti-americano quanto o Irã, há muitos políticos nacionalisteiros que querem proibir a comemoração do Halloween no Brasil. Aliás, o que não falta na América Latina são nacionalisteiros.

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