quinta-feira, dezembro 04, 2008

A extravagância ortográfica do português brasileiro

Diferentemente de línguas como o espanhol, que possui, graças ao comando da Real Academia, unidade ortográfica absoluta, não obstante a grande quantidade de países hispanófonos, a língua portuguesa tem duas ortografias oficiais: a portuguesa e a brasileira. E pior: a última reforma ortográfica tupiniquim, cujas novas regras já estão em vigor, foi assinada por Lula. Isso equivale a pedir que Maguila aprove regras determinadas num congresso de astrofísica.

Eu ainda hei de descobrir o motivo pelo qual a unificação ortográfica não dá certo na comunidade lusófona. Porém, já lanço de cara o seguinte questionamento: será que o Brasil não consegue resolver os problemas relativos à ortografia porque, dentre outros motivos, a grande maioria dos brasileiros não sabe o que significa a própria palavra "ortografia"? Pode ser, não é mesmo?

Voltando ao assunto da norma ortográfica em si, o estrangeirismo imbroglio, originário do italiano, deve ser escrito, de acordo com o Dicionário Houaiss, da seguinte maneira: imbróglio. A nacionalização da grafia dessa palavra é capenga e perigosa, pois a grande maioria dos nossos compatriotas, que mal fala português, não tem a menor idéia de que o dígrafo gl, típico da língua italiana, tem o mesmo som do dígrafo lh, típico, por sua vez, da língua de Camões. Assim sendo, 90% dos leitores da palavra imbróglio a lerão exatamente assim, e não como deve ser lida: imbrolho, inclusive sem esse acento agudo intrometido. Portanto, por que não se muda a grafia dessa palavra para imbrolho, sendo que, dessa maneira, todo mundo a lerá corretamente? Talvez, isso seja assim justamente porque quem assinou a última reforma foi Lula. Logo, está armado o imbroglio, ou seja, está armada a confusão.

Um comentário:

Anônimo disse...

PARABÉNS PELO BLOG ! :)