sexta-feira, agosto 21, 2009

Estudante é profissão, e não classe!

De uns tempos para cá, pude perceber que, mesmo nos já distantes anos 60 e 70, a UNE e demais entidades estudantis já haviam se transformado em verdadeiras entidades de classe, levando-se em conta o papel que já exerciam no âmbito da representação formal dos estudantes, muito embora a profissão de estudante não corresponda a uma categoria profissional de fato. Hoje em dia, nota-se claramente que os líderes das entidades estudantis viraram dirigentes sindicais, ou seja, "estudantes" que não estudam e que vivem do dinheiro que arrecadam dos membros dos seus "sindicatos".

Nos já citados e, repito, já distantes anos 60 e 70, a UNE e demais entidades estudantis já eram subdivididas em 3 alas: os "estudantes" que apoiavam a famigerada "luta armada", representada pelo "Partidão" e demais organizações terroristas e guerrilheiras, e o seu plano de derrubar a ditadura militar para implantar no seu lugar uma ditadura comunista calcada no eixo Havana-Moscou-Pequim; os "estudantes" que queriam derrubar a ditadura militar mas não sabiam ao certo o que colocar no lugar dela; e os "estudantes" que faziam baderna por fazer, ou seja, participavam das passeatas e demais atos públicos apenas repetindo slogans fabricados pelos líderes, enfrentavam a Tropa de Choque da PM e, merecidamente, apanhavam da polícia.

Além de tudo isso, o atual regime democrático criou a figura do "pelego estudantil", ou seja, o líder estudantil que tem rabo preso com o governo. A seguir, trecho do artigo "Os parasitas e a decadência moral", do economista carioca Rodrigo Constantino, publicado no seu blog em 19 de abril de 2006:

Quando penso nesse desvirtuamento total, me vem à cabeça a figura de um Lindberg Farias. Não é nada pessoal. Ele apenas representa um símbolo dessa completa decadência moral. A trajetória do atual prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, demonstra bem o que quero dizer. Cursou Direito em Brasília e na PUC carioca, faculdade para poucos do ponto de vista financeiro. Não completou nenhum dos dois cursos. (...) Não saiu para empreender e criar algo de valor para os consumidores, mas sim para incitar greves e pregar bravatas. Foi presidente da UNE, movimento formado basicamente por estudantes (sic) baderneiros, muitos admiradores do regime assassino comunista. Virou líder popular ao comandar os "caras-pintadas" no processo de impeachment de Collor. Depois, foi eleito deputado federal, transitando entre partidos como o PCdoB, PSTU e PT. Algo que vai do sonho soviético até o “mensalão”. Finalmente, chegou à prefeitura de Nova Iguaçu pelo PT, recebendo um bom salário e desfrutando de todas as vantagens que os políticos costumam se auto-conceder. Vive no conforto, pregando contra o conforto dos outros.

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/04/os-parasitas-e-decadncia-moral.html

De tudo aquilo que nos é exposto por esse trecho do artigo de Constantino, pode-se perceber que o "peleguismo estudantil" parece ser a tendência natural dos líderes da "classe" estudantil.

No fim das contas, o que me deixa mais triste quanto a esse assunto é o fato de que hoje em dia, esses "sindicatos estudantis" só lutam de fato por "causas" como, por exemplo, a meia-entrada no cinema, através da carteirinha de estudante, e a redução das tarifas de ônibus para a "categoria". Nada contra, mas eu nunca ouço falar desse povo lutando por causas como a melhoria do ensino através da adequação das grades curriculares, por exemplo, dentre outras coisas infinitamente mais importantes para a sociedade como um todo.

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