sábado, outubro 30, 2010

Simpatias perigosas

Ontem à tarde, passeei com minha namorada e com uma amiga dela quando, num dado momento, a moça puxou assunto falando de política. Ela disse que votou em Dilma Rousseff no primeiro turno mas que quase votou em Plínio de Arruda Sampaio, pois simpatizava fortemente com as idéias dele. Fiquei estarrecido ao ver uma jovem brasileira de classe média-alta simpatizar com um candidato que, se fosse eleito, eliminaria a propriedade privada e todo o conforto material pelo qual os pais dela tanto lutaram.

Se a família dessa moça pertencesse à burocracia estatal, eu até entenderia o fato de ela ser simpatizante de um candidato socialista como Plínio, afinal de contas, é normal que os membros da nomenklatura simpatizem com o estatismo proposto por um comunossauro como Plínio. Porém, a realidade da moça é bem outra: seu pai é dono de umas 4 pizzarias em Praia Grande, logo, é um empresário de médio porte, que certamente sofre com a carga tributária, decorrente da voracidade da nomenklatura. Se Plínio ganhasse as eleições, as pizzarias do pai da moça seriam estatizadas e ele seria mandado para a roça para cortar cana.

Como se já não bastasse tudo isso, mais tarde, enquanto nós jantávamos, a moça disse: "Eu não gosto do partido do Serra, pois é o partido dos ricos". Eu me segurei e tomei um grande gole de Coca-Cola, pois me deu vontade de lhe perguntar: "Minha filha, você acha que é pobre?"

É impressionante como tantos brasileiros que eu conheço não sabem nem sequer a qual classe social pertencem!

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