quarta-feira, novembro 21, 2007

Não dê o peixe. Ensine a pescar

Há muitos anos, pouco após a morte de Tom Jobim, foi exibido na televisão um reclame que mostrava uma fábula, contada por ele, sobre um homem que, em vida, visitou o céu e o inferno e depois, voltou à Terra para contar a história.

Disse Jobim: "O homem em questão optou por visitar o inferno antes do céu. O inferno era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, havia um banquete, mas as pessoas não podiam comer, pois tinham os cotovelos virados. O clima de tristeza era insuportável.

O céu também era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, também havia um banquete, e as pessoas também tinham os cotovelos virados, mas o clima de felicidade era contagiante, uma vez que as pessoas conseguiam comer perfeitamente, pois cada um alimentava a pessoa sentada ao seu lado."

A meu ver, essa apologia da dependência é uma idealização absurda da sociedade, por um motivo muito simples: ninguém nasce com os cotovelos virados! Eu creio piamente que Deus criou o ser humano para se virar, e não para depender da boa-vontade alheia. Não se deve confundir solidariedade com dependência.

Não estou querendo dizer, em hipótese alguma, que as pessoas devem pensar apenas em si mesmas e ignorar umas as outras, pois sociedade sem convivência não existe. Porém, convém lembrar que se você ficar parado e não buscar o seu pão de cada dia, ninguém vai lhe dar de comer. O trabalho duro é a única maneira justa de viver bem e prosperar. Quem tem inteligência e saúde não tem nada que ficar esperando o dinheiro cair do céu, nem tampouco que o governo o sustente com algum tipo de bolsa-esmola.

3 comentários:

Anônimo disse...

Como disse Millor Fernandes: "Devemos apoiar os liberais no poder, que insistem que a economia é assunto a ser resolvido entre produtor e consumidor. Bem, desde que eles aceitem que assassinato também é assunto a ser resolvido apenas entre assassinado e assassino."

A mao invisivel do mercado em geral eh a que tira comida da mesa do pobre pra comprar o iate do rico. Pra fazer uma sociedade justa a gente precisa muito mais do que isso....

Sérgio Pereira disse...

Marcelo, o que têm a ver as relações de mercado com um crime de assassinato?

O que você entende por "sociedade justa"?

Homeless disse...

Acho que a fábula queria dizer sobre a interdependência das pessoas na sociedade. =P