segunda-feira, novembro 12, 2007

Quem fala o que quer ouve o que não quer!

No início do ano de 2004, o jornalista americano Larry Rohter, então correspondente do jornal New York Times no Brasil, especulou acerca dos hábitos etílicos do presidente Lula, o qual, mais do que depressa, ordenou pessoalmente que Larry fosse expulso do Brasil. Convém salientar que Larry Rohter é um jornalista totalmente desconhecido do grande público brasileiro, mas é casado com uma brasileira e possuía visto permanente. Mesmo assim, ele foi expulso do Brasil, e a ordem partiu, como eu já disse, diretamente de Lula. Meio mundo, ou, melhor dizendo, meio Brasil aplaudiu essa atitude autoritária de Lula, sem se importar com a liberdade de expressão que o presidente havia acabado de violar.

Dois anos depois, em 2006, em meio a toda aquela efervescência da Copa do Mundo, Lula perguntou a Carlos Alberto Parreira, então treinador da seleção brasileira, se Ronaldo Fenômeno estava gordo. Parreira, como de costume, desconversou diplomaticamente, mas Ronaldo respondeu a essa provocação de Lula dizendo: "Se eu estou gordo ou não, não interessa, mas todo mundo fala que ele bebe pra caramba!"

Reflitamos: Ronaldinho fez a mesmíssima especulação do jornalista americano, mas dessa vez, Lula teve que engolir a seco, pois o Fenômeno é famoso, rico, mora no exterior e é cidadão brasileiro. Nesse caso, o que Lula poderia fazer? Exilar Ronaldo? Certamente Lula foi orientado por sua assessoria a calar, mas seu silêncio diante desse "recadinho" de Ronaldo certamente deve ter ocorrido a contragosto.

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