segunda-feira, janeiro 23, 2012

Os verdadeiros papéis do Estado

Recentemente, assisti pelo YouTube a um debate sobre política em que o jornalista Leandro Narloch disse que o governo deveria "parar de atrapalhar o povo brasileiro", pois, segundo ele, o Estado brasileiro atrapalha a vida do cidadão e não lhe dá liberdade suficiente para empreender e exercer outros direitos básicos.

Parece-me que Narloch não percebe que esse discurso, aparentemente interessante para o povo, na realidade acaba por afastar o povo do raio de influência dele, pois a grande maioria da população brasileira não é atrapalhada em nada pelo Estado, por um motivo muito simples: o povo, na sua maioria, é absolutamente abandonado pelo Estado, pois é pessimamente atendido pelo governo nas suas necessidades elementares, tais como saúde, educação, segurança etc. Só atrapalha quem está presente, e o Estado brasileiro está muito distante da grande maioria da população brasileira.

O discurso sobre os papéis do Estado deveria ser proferido nos seguintes termos: o Estado tem que estar cada vez mais perto do povo, para poder atendê-lo e cumprir com as suas obrigações para com a população. Um dos grandes problemas do Brasil não é o Estado em si, mas o que ele faz, como ele faz e para quem ele faz.

Se, por um lado, o Estado até pode atrapalhar um cidadão como Narloch, por outro lado, a maior parte da população das classes C, D e E adoraria que o Estado se aproximasse dela, ouvisse os seus clamores e funcionasse também para eles, os pobres, e não apenas para as classes A e B.

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