terça-feira, janeiro 03, 2012

A utopia do país sem problemas

Durante o show da virada de ano da RedeTV, comandado pelo pessoal do programa "Pânico", o humorista Fábio Rabin fez um número de stand-up no qual afirmou enfaticamente que o Brasil é uma merda e fez a seguinte observação:

O rap é uma música de crítica social. Ele floresce no terceiro mundo, em países como o Brasil. Não faz sentido fazer rap lá na Suíça! Imaginem o rap de um suíço: ´Eu ganho bem / Eu moro bem / Aqui só tem loira / Meu hobby é esquiar nos Alpes...´

O "rap suíço" do humorista segue mais um pouco, sempre dando a entender que a Suíça é um país que não tem problemas. Esse cidadão não tem muita cultura, pois desconhece que existe, sim, rap em países de primeiro mundo, tais como França e Alemanha, por exemplo, além do fato de que o rap nasceu justamente nos Estados Unidos!

Esse humorista representa uma fatia grande da população brasileira: os cidadãos que, além de detestarem o Brasil, acreditam que os países de primeiro mundo simplesmente não têm problemas, isto é, são sociedades perfeitas e plenamente justas. O grande problema desse raciocínio romântico é que todos os países do mundo têm problemas. É claro que há diferenças escalares entre o primeiro e o terceiro mundo, mas o que muda de um país para outro são os tipos de problemas, e não essa ilusão infantil de que este ou aquele país é literalmente um paraíso edênico, o Céu na Terra.

As pessoas, sejam elas brasileiras ou não, que acreditam que existem países sem problemas sempre se frustrarão com a situação da sua pátria, pois o target delas é não apenas alto, como também impossível de ser alcançado.

Eu creio piamente que o planeta Terra não foi feito para ser um paraíso. Na minha opinião, a Terra é uma escola para que todos nós evoluamos espiritualmente e mereçamos reencarnar em condições materiais cada vez melhores, neste ou em outro planeta. Não há paraíso de fato no mundo material.

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