A ampliação do período de licença-maternidade para 6 meses é mais um dilema insanável da legislação trabalhista: se, por um lado, a ampliação é boa, pois aumenta o tempo de permanência das mães com seus filhos recém-nascidos, por outro lado, ela é ruim, pois as mulheres serão ainda mais discriminadas no mercado de trabalho, pois, afinal de contas, você gostaria de sustentar uma funcionária sem trabalhar durante meio ano?
Freqüentemente, a Justiça do Trabalho se esquece de que caridade é para instituições filantrópicas, e não para empresas com fins lucrativos. Assim sendo, mais uma vez, o Estado brasileiro está tentando fazer caridade com o bolso alheio, e isso é impossível, pois não existe almoço grátis.
terça-feira, dezembro 11, 2007
quarta-feira, novembro 28, 2007
Democracia cubana?
Agora há pouco, me lembrei de um fato verdadeiramente fecal: no comecinho desse ano, a TV da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo transmitiu um programa sobre a "democracia cubana". Havia no estúdio, além do apresentador, um agente cubano, um deputado do PT, um do PCdoB e um do PSDB. O agente cubano falou, num portunhol tolerável, sobre o modelo cubano, o qual, segundo ele, é avançadíssimo, pois "superou" a divisão dos 3 poderes. Lá, disse ele, não há divisão entre Executivo, Legislativo e Judiciário, mas apenas o Parlamento Revolucionário, cujo único partido é o PCC - Partido Comunista Cubano.
Porém, como pode haver democracia sem a tripartição dos poderes do Estado? Se o Judiciário não é independente do governo, não há julgamento imparcial. Se o Parlamento não é independente do governo, não há autonomia legislativa. E pior: se o Parlamento só tem um partido, ele não tem nem porque existir, pois assim só o governo tem voz; não há oposição.
Além de tudo isso, como um país pode ser uma democracia de fato se ele tem o mesmo presidente há 48 anos? Democracia sem rodízio de poder não existe. A temporariedade dos mandatos é fundamental.
Quem é esse agente cubano para vir ao Brasil ditar regras sobre como se faz uma democracia? Eu até entendo a presença de deputados do PT e do PCdoB, que são partidos-membros do Foro de São Paulo, cujo grande guru é Fidel Castro. O que eu não entendo é a presença de um tucano! Que eu saiba, o PSDB não é um partido-membro do Foro de São Paulo; assim sendo, eu não consigo entender porque o tucanato se esforça obstinadamente para acobertar as atividades e até mesmo a existência do Foro.
O ambiente de demência nacional é tão grande que a grande maioria dos brasileiros acha que o PSDB é um partido "reacionário". A bem da verdade, um país em que quase todo mundo acredita piamente que um partido social-democrata é conservador, direitista e até elitista é, como diria Fausto Silva, um país de outro mundo.
A demência nacional também pode ser facilmente detectada quando se percebe que as referências institucionais estão distorcidas a tal ponto que muitos brasileiros acreditam piamente que os Estados Unidos são uma democracia de araque e que o "modelo cubano" é uma "alternativa democrática" interessante a ser imitada. Pelo que me parece, poucos povos são tão anti-americanos quanto o povo brasileiro. O nível de anti-americanismo do nosso povo é facilmente comparável a uma assembléia de aiatolás. E o Irã ainda está melhor do que nós, pois lá o governo é anti-americano, mas nada garante que o povo também seja, pois os cidadãos iranianos, devido à violentíssima ditadura que assola o país desde 1979, são obrigados a imitar os governantes. Logo, nada garante que o povo iraniano seja realmente assim.
Se os Estados Unidos são uma pseudo-democracia, aí, vale tudo, mesmo. Até a "democracia cubana" pode ser considerada um modelo impecável.
Porém, como pode haver democracia sem a tripartição dos poderes do Estado? Se o Judiciário não é independente do governo, não há julgamento imparcial. Se o Parlamento não é independente do governo, não há autonomia legislativa. E pior: se o Parlamento só tem um partido, ele não tem nem porque existir, pois assim só o governo tem voz; não há oposição.
Além de tudo isso, como um país pode ser uma democracia de fato se ele tem o mesmo presidente há 48 anos? Democracia sem rodízio de poder não existe. A temporariedade dos mandatos é fundamental.
Quem é esse agente cubano para vir ao Brasil ditar regras sobre como se faz uma democracia? Eu até entendo a presença de deputados do PT e do PCdoB, que são partidos-membros do Foro de São Paulo, cujo grande guru é Fidel Castro. O que eu não entendo é a presença de um tucano! Que eu saiba, o PSDB não é um partido-membro do Foro de São Paulo; assim sendo, eu não consigo entender porque o tucanato se esforça obstinadamente para acobertar as atividades e até mesmo a existência do Foro.
O ambiente de demência nacional é tão grande que a grande maioria dos brasileiros acha que o PSDB é um partido "reacionário". A bem da verdade, um país em que quase todo mundo acredita piamente que um partido social-democrata é conservador, direitista e até elitista é, como diria Fausto Silva, um país de outro mundo.
A demência nacional também pode ser facilmente detectada quando se percebe que as referências institucionais estão distorcidas a tal ponto que muitos brasileiros acreditam piamente que os Estados Unidos são uma democracia de araque e que o "modelo cubano" é uma "alternativa democrática" interessante a ser imitada. Pelo que me parece, poucos povos são tão anti-americanos quanto o povo brasileiro. O nível de anti-americanismo do nosso povo é facilmente comparável a uma assembléia de aiatolás. E o Irã ainda está melhor do que nós, pois lá o governo é anti-americano, mas nada garante que o povo também seja, pois os cidadãos iranianos, devido à violentíssima ditadura que assola o país desde 1979, são obrigados a imitar os governantes. Logo, nada garante que o povo iraniano seja realmente assim.
Se os Estados Unidos são uma pseudo-democracia, aí, vale tudo, mesmo. Até a "democracia cubana" pode ser considerada um modelo impecável.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Não dê o peixe. Ensine a pescar
Há muitos anos, pouco após a morte de Tom Jobim, foi exibido na televisão um reclame que mostrava uma fábula, contada por ele, sobre um homem que, em vida, visitou o céu e o inferno e depois, voltou à Terra para contar a história.
Disse Jobim: "O homem em questão optou por visitar o inferno antes do céu. O inferno era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, havia um banquete, mas as pessoas não podiam comer, pois tinham os cotovelos virados. O clima de tristeza era insuportável.
O céu também era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, também havia um banquete, e as pessoas também tinham os cotovelos virados, mas o clima de felicidade era contagiante, uma vez que as pessoas conseguiam comer perfeitamente, pois cada um alimentava a pessoa sentada ao seu lado."
A meu ver, essa apologia da dependência é uma idealização absurda da sociedade, por um motivo muito simples: ninguém nasce com os cotovelos virados! Eu creio piamente que Deus criou o ser humano para se virar, e não para depender da boa-vontade alheia. Não se deve confundir solidariedade com dependência.
Não estou querendo dizer, em hipótese alguma, que as pessoas devem pensar apenas em si mesmas e ignorar umas as outras, pois sociedade sem convivência não existe. Porém, convém lembrar que se você ficar parado e não buscar o seu pão de cada dia, ninguém vai lhe dar de comer. O trabalho duro é a única maneira justa de viver bem e prosperar. Quem tem inteligência e saúde não tem nada que ficar esperando o dinheiro cair do céu, nem tampouco que o governo o sustente com algum tipo de bolsa-esmola.
Disse Jobim: "O homem em questão optou por visitar o inferno antes do céu. O inferno era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, havia um banquete, mas as pessoas não podiam comer, pois tinham os cotovelos virados. O clima de tristeza era insuportável.
O céu também era um jardim muito bonito com uma mesa longa e muitas pessoas sentadas diante dela. Sobre a mesa, também havia um banquete, e as pessoas também tinham os cotovelos virados, mas o clima de felicidade era contagiante, uma vez que as pessoas conseguiam comer perfeitamente, pois cada um alimentava a pessoa sentada ao seu lado."
A meu ver, essa apologia da dependência é uma idealização absurda da sociedade, por um motivo muito simples: ninguém nasce com os cotovelos virados! Eu creio piamente que Deus criou o ser humano para se virar, e não para depender da boa-vontade alheia. Não se deve confundir solidariedade com dependência.
Não estou querendo dizer, em hipótese alguma, que as pessoas devem pensar apenas em si mesmas e ignorar umas as outras, pois sociedade sem convivência não existe. Porém, convém lembrar que se você ficar parado e não buscar o seu pão de cada dia, ninguém vai lhe dar de comer. O trabalho duro é a única maneira justa de viver bem e prosperar. Quem tem inteligência e saúde não tem nada que ficar esperando o dinheiro cair do céu, nem tampouco que o governo o sustente com algum tipo de bolsa-esmola.
terça-feira, novembro 13, 2007
A arte de falar uma mentira sem mentir
Anteontem, um amigo meu me contou que há algumas semanas, ele assistiu a uma palestra de um funcionário da Secretaria de Saúde de Santos. A uma certa altura da palestra, o funcionário fez comentários elogiosos ao "avançadíssimo" modelo cubano de saúde pública, o que aliás, no caso de Cuba, é uma redundância, pois lá só existe saúde pública. Disse meu amigo que o palestrante comentou que uma amiga dele foi a Cuba e tomou um táxi com um médico que trabalhava na rede de saúde de Havana, e que o tal médico-taxista falou a ela sobre as "maravilhas" do sistema de saúde da ilha. Também pudera: quem seria louco de morar em Cuba como cidadão comum e falar mal do governo? O paredón existe para quê?
Você há de convir que algo está muito mal contado nessa história, afinal, quando um sujeito com diploma de médico, que clinica normalmente na rede de saúde, se submete a pilotar um táxi para ganhar mais alguns trocados, isso é uma indicação inequívoca de que sua renda é equivalente ao salário de um mero lixeiro. Você já deve ter ouvido falar que o único jeito possível de igualar as pessoas por completo é nivelar todo mundo por baixo. Portanto, a situação que eu acabei de descrever me parece suficiente para demonstrar isso, não é mesmo?
Além disso, o palestrante, logo após toda essa ladainha a favor da ditadura de Fidel Castro, ainda disse, a respeito do médico-taxista: "E ele não sai de Cuba, né? Interessante..."
Analisando essa argumentação e, principalmente, esse comentário final, pode-se concluir que esse cara poderia facilmente obter um DRT de ator, pois ele é um verdadeiro artista. Inclusive, eu diria que ele é um mestre na arte de falar uma mentira sem mentir.
Você deve estar se perguntando: "Como é possível falar uma mentira sem mentir?" É simples, pelo menos na teoria: o palestrante em questão disse uma verdade com base numa mentira, isto é, ele falou que o médico-taxista não sai de Cuba dando a entender que ele não sai de lá porque não quer, e não porque a população cubana não tem o direito de ir e vir. Ele fez essa afirmação pisando na linha que divide a verdade da mentira. Portanto, tudo isso me leva a constatar que ele não chega a ser um mentiroso, mas é um tremendo cara-de-pau.
Você há de convir que algo está muito mal contado nessa história, afinal, quando um sujeito com diploma de médico, que clinica normalmente na rede de saúde, se submete a pilotar um táxi para ganhar mais alguns trocados, isso é uma indicação inequívoca de que sua renda é equivalente ao salário de um mero lixeiro. Você já deve ter ouvido falar que o único jeito possível de igualar as pessoas por completo é nivelar todo mundo por baixo. Portanto, a situação que eu acabei de descrever me parece suficiente para demonstrar isso, não é mesmo?
Além disso, o palestrante, logo após toda essa ladainha a favor da ditadura de Fidel Castro, ainda disse, a respeito do médico-taxista: "E ele não sai de Cuba, né? Interessante..."
Analisando essa argumentação e, principalmente, esse comentário final, pode-se concluir que esse cara poderia facilmente obter um DRT de ator, pois ele é um verdadeiro artista. Inclusive, eu diria que ele é um mestre na arte de falar uma mentira sem mentir.
Você deve estar se perguntando: "Como é possível falar uma mentira sem mentir?" É simples, pelo menos na teoria: o palestrante em questão disse uma verdade com base numa mentira, isto é, ele falou que o médico-taxista não sai de Cuba dando a entender que ele não sai de lá porque não quer, e não porque a população cubana não tem o direito de ir e vir. Ele fez essa afirmação pisando na linha que divide a verdade da mentira. Portanto, tudo isso me leva a constatar que ele não chega a ser um mentiroso, mas é um tremendo cara-de-pau.
segunda-feira, novembro 12, 2007
Quem fala o que quer ouve o que não quer!
No início do ano de 2004, o jornalista americano Larry Rohter, então correspondente do jornal New York Times no Brasil, especulou acerca dos hábitos etílicos do presidente Lula, o qual, mais do que depressa, ordenou pessoalmente que Larry fosse expulso do Brasil. Convém salientar que Larry Rohter é um jornalista totalmente desconhecido do grande público brasileiro, mas é casado com uma brasileira e possuía visto permanente. Mesmo assim, ele foi expulso do Brasil, e a ordem partiu, como eu já disse, diretamente de Lula. Meio mundo, ou, melhor dizendo, meio Brasil aplaudiu essa atitude autoritária de Lula, sem se importar com a liberdade de expressão que o presidente havia acabado de violar.
Dois anos depois, em 2006, em meio a toda aquela efervescência da Copa do Mundo, Lula perguntou a Carlos Alberto Parreira, então treinador da seleção brasileira, se Ronaldo Fenômeno estava gordo. Parreira, como de costume, desconversou diplomaticamente, mas Ronaldo respondeu a essa provocação de Lula dizendo: "Se eu estou gordo ou não, não interessa, mas todo mundo fala que ele bebe pra caramba!"
Reflitamos: Ronaldinho fez a mesmíssima especulação do jornalista americano, mas dessa vez, Lula teve que engolir a seco, pois o Fenômeno é famoso, rico, mora no exterior e é cidadão brasileiro. Nesse caso, o que Lula poderia fazer? Exilar Ronaldo? Certamente Lula foi orientado por sua assessoria a calar, mas seu silêncio diante desse "recadinho" de Ronaldo certamente deve ter ocorrido a contragosto.
Dois anos depois, em 2006, em meio a toda aquela efervescência da Copa do Mundo, Lula perguntou a Carlos Alberto Parreira, então treinador da seleção brasileira, se Ronaldo Fenômeno estava gordo. Parreira, como de costume, desconversou diplomaticamente, mas Ronaldo respondeu a essa provocação de Lula dizendo: "Se eu estou gordo ou não, não interessa, mas todo mundo fala que ele bebe pra caramba!"
Reflitamos: Ronaldinho fez a mesmíssima especulação do jornalista americano, mas dessa vez, Lula teve que engolir a seco, pois o Fenômeno é famoso, rico, mora no exterior e é cidadão brasileiro. Nesse caso, o que Lula poderia fazer? Exilar Ronaldo? Certamente Lula foi orientado por sua assessoria a calar, mas seu silêncio diante desse "recadinho" de Ronaldo certamente deve ter ocorrido a contragosto.
sábado, novembro 10, 2007
Presos apedeutas que não servem nem para ser ladrões
Leia atentamente a notícia abaixo, publicada pelo jornal Agora São Paulo:
Erro de grafia leva polícia a prender quadrilha
GRUPO PRESO EM CONDOMÍNIO É SUSPEITO DE ROUBAR R$ 15 MI DA PROTEGE. ADESIVO DE "IMPÓRIO" DENUNCIOU AÇÃO DO BANDO
Um erro de português levou a polícia a prender oito integrantes de uma quadrilha de assaltantes, suspeita de roubar R$ 15 milhões da sede da transportadora de valores Protege, na Água Branca (zona oeste), em setembro.O grupo se preparava para invadir um condomínio de luxo na Lapa (zona oeste) anteontem e foi descoberto porque, do lado de fora do Fiat Dobló que seria usado para entrar no local, os bandidos usaram adesivos com a inscrição "Impório Santa Maria", em referência a um conhecido empório da cidade. Sob o nome da empresa havia ainda um endereço eletrônico falso: www.isantamaria.com.br.No Dobló foram presos três homens e com eles havia ferramentas usadas para arrombar cofres. Outros quatro homens, fortemente armados, foram presos em outro veículo na mesma rua. No carro havia dois fuzis, uma metralhadora e duas pistolas, além de radiocomunicadores, coletes à prova de bala e camisetas similares às da Polícia Federal.De acordo com o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigação Sobre Crime Organizado), a polícia chegou até o grupo anteontem por meio de investigação sobre o crime da Protege. "Tínhamos uma informação de que roubariam ontem [anteontem] às 11h e que entrariam no condomínio disfarçados de entregadores."Para a prisão, foi montada uma grande operação, que contou com cerca de 40 policiais e um helicóptero da polícia. "Estávamos preparados porque é uma quadrilha violenta. Do ponto de vista operacional, são muito bons. Mas, do ponto de vista gramatical, são péssimos."Segundo o delegado, o bando também seria responsável pelo roubo de um carro forte, em agosto, no estacionamento do Carrefour, no Morumbi (zona oeste).A polícia ainda atribui ao grupo outros três assaltos a banco, todos praticados desde o mês de setembro. Os roubos aconteceram também nas zonas oeste e sul e contaram com participação de funcionários dos bancos, de acordo com a polícia."Essa quadrilha trabalha com informações privilegiadas", afirma o delegado. Para ele, houve facilitação de funcionários do condomínio para o planejamento do roubo frustrado anteontem. O oitavo suspeito, um comerciante, foi preso em seu bar, usado como ponto de encontro do bando.
- Carla Monique Bigatto
Moral da história: se você fala e escreve errado, você pode até ser presidente da República, mas jamais um bandido bem-sucedido!
Erro de grafia leva polícia a prender quadrilha
GRUPO PRESO EM CONDOMÍNIO É SUSPEITO DE ROUBAR R$ 15 MI DA PROTEGE. ADESIVO DE "IMPÓRIO" DENUNCIOU AÇÃO DO BANDO
Um erro de português levou a polícia a prender oito integrantes de uma quadrilha de assaltantes, suspeita de roubar R$ 15 milhões da sede da transportadora de valores Protege, na Água Branca (zona oeste), em setembro.O grupo se preparava para invadir um condomínio de luxo na Lapa (zona oeste) anteontem e foi descoberto porque, do lado de fora do Fiat Dobló que seria usado para entrar no local, os bandidos usaram adesivos com a inscrição "Impório Santa Maria", em referência a um conhecido empório da cidade. Sob o nome da empresa havia ainda um endereço eletrônico falso: www.isantamaria.com.br.No Dobló foram presos três homens e com eles havia ferramentas usadas para arrombar cofres. Outros quatro homens, fortemente armados, foram presos em outro veículo na mesma rua. No carro havia dois fuzis, uma metralhadora e duas pistolas, além de radiocomunicadores, coletes à prova de bala e camisetas similares às da Polícia Federal.De acordo com o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigação Sobre Crime Organizado), a polícia chegou até o grupo anteontem por meio de investigação sobre o crime da Protege. "Tínhamos uma informação de que roubariam ontem [anteontem] às 11h e que entrariam no condomínio disfarçados de entregadores."Para a prisão, foi montada uma grande operação, que contou com cerca de 40 policiais e um helicóptero da polícia. "Estávamos preparados porque é uma quadrilha violenta. Do ponto de vista operacional, são muito bons. Mas, do ponto de vista gramatical, são péssimos."Segundo o delegado, o bando também seria responsável pelo roubo de um carro forte, em agosto, no estacionamento do Carrefour, no Morumbi (zona oeste).A polícia ainda atribui ao grupo outros três assaltos a banco, todos praticados desde o mês de setembro. Os roubos aconteceram também nas zonas oeste e sul e contaram com participação de funcionários dos bancos, de acordo com a polícia."Essa quadrilha trabalha com informações privilegiadas", afirma o delegado. Para ele, houve facilitação de funcionários do condomínio para o planejamento do roubo frustrado anteontem. O oitavo suspeito, um comerciante, foi preso em seu bar, usado como ponto de encontro do bando.
- Carla Monique Bigatto
Moral da história: se você fala e escreve errado, você pode até ser presidente da República, mas jamais um bandido bem-sucedido!
terça-feira, outubro 30, 2007
A raça e a guerra cultural
Não são poucas as pessoas que dizem que orgulho de raça não é racismo. Eu discordo, por vários motivos, dentre eles o seguinte: apesar de os skinheads e os membros de organizações como a Ku Klux Klan serem sociopatas perigosíssimos, eles têm razão quando fazem a seguinte pergunta: "Por que, quando um negro veste uma camiseta com a frase ´100% Negro´, ninguém fala nada e quando um branco veste uma camiseta com a frase ´100% Branco´, o mundo desaba sobre sua cabeça?" O orgulho de raça, nesse caso específico, não é exatamente o mesmo? Por que as reações desiguais?
As pessoas em geral foram condicionadas a pensar que só há racismo quando brancos discriminam negros, e não o contrário. Porém, o inverso é racismo do mesmíssimo jeito. Se analisarmos o discurso de muitos ativistas do movimento negro, constataremos que muitos dos seus argumentos são tão racistas quanto o anti-semitismo de Hitler. Existem dois artistas brasileiros em especial que são altamente racistas: Agnaldo Timóteo e Leci Brandão. Que me desculpem os fãs deles, mas por trás de um discurso aparentemente inofensivo em defesa daquilo que poderíamos chamar de "africanismo", o que ativistas como esses dois artistas querem é a segregação, o apartheid às avessas.
Exemplos?
No caso de Agnaldo Timóteo: certa vez, no Programa do Ratinho, há alguns anos, Timóteo criticou ferozmente os negros famosos, como artistas e futebolistas, que se casam com mulheres brancas e afirmou categoricamente que eles deveriam se casar com mulheres negras. Inclusive, ele mencionou o caso do ator Milton Gonçalves, que é casado com uma mulher branca, bradando que isso é um absurdo. Dias depois, Ratinho concedeu o direito de resposta a Milton, que escreveu uma nota e a leu no ar por telefone. Infelizmente, talvez pela rapidez dos acontecimentos, Milton não conseguiu dar uma resposta à altura, que seria a seguinte: as pessoas têm que se casar com quem elas gostam, independente da cor da pele. Aliás, se você, caro(a) leitor(a), acredita, em sã consciência, que as pessoas não devem se casar com alguém de cor de pele diferente delas mesmo se elas se gostarem, sugiro que você reflita sobre a sua opinião, pois você está sendo racista.
No caso de Leci Brandão: há anos atrás, no comecinho do primeiro mandato do presidente Lula, Leci foi entrevistada por Marília Gabriela. Num certo momento da entrevista, Marília mencionou a questão das cotas raciais nas universidades, dizendo que Lula havia declarado que o seu governo tentaria estabelecer critérios científicos de classificação racial, levando em conta, porém, as nuances raciais decorrentes da mestiçagem, isto é, os mulatos, classificados como pardos. Nesse momento, Marília perguntou a Leci o que ela achava disso e ela respondeu: "Para mim, não existe esse negócio de mulato ou pardo! Ou é branco, ou é negro!"
Essa declaração de Leci é inspirada no antagonismo racial típico da sociedade americana, principalmente sulista, e do apartheid sul-africano, algo simplesmente impossível aqui no Brasil, devido ao alto grau de mestiçagem da nossa população. Afinal de contas, se uma população é majoritariamente mestiça, não há como estabelecer uma classificação racial rígida, que não leve em conta as nuances raciais - nesse caso, os mulatos ou pardos.
O que o movimento negro pretende é rachar a sociedade brasileira ao meio, inventando uma fronteira intransponível entre negros e brancos. Porém, uma coisa que consola todo e qualquer amante da liberdade é o fato de que esses racistas teriam que viajar para o passado e rachar a sociedade brasileira ao meio em 1500. Em outras palavras, o apartheid só seria possível retroativamente, no sentido surreal do termo.
Quanto a esse assunto, a conclusão a que se pode chegar é a seguinte: se, por um lado, o racismo é inevitável, por outro lado, a segregação, no caso específico do Brasil, é impossível. Aos racistas de plantão, resta apenas o direito de espernear.
As pessoas em geral foram condicionadas a pensar que só há racismo quando brancos discriminam negros, e não o contrário. Porém, o inverso é racismo do mesmíssimo jeito. Se analisarmos o discurso de muitos ativistas do movimento negro, constataremos que muitos dos seus argumentos são tão racistas quanto o anti-semitismo de Hitler. Existem dois artistas brasileiros em especial que são altamente racistas: Agnaldo Timóteo e Leci Brandão. Que me desculpem os fãs deles, mas por trás de um discurso aparentemente inofensivo em defesa daquilo que poderíamos chamar de "africanismo", o que ativistas como esses dois artistas querem é a segregação, o apartheid às avessas.
Exemplos?
No caso de Agnaldo Timóteo: certa vez, no Programa do Ratinho, há alguns anos, Timóteo criticou ferozmente os negros famosos, como artistas e futebolistas, que se casam com mulheres brancas e afirmou categoricamente que eles deveriam se casar com mulheres negras. Inclusive, ele mencionou o caso do ator Milton Gonçalves, que é casado com uma mulher branca, bradando que isso é um absurdo. Dias depois, Ratinho concedeu o direito de resposta a Milton, que escreveu uma nota e a leu no ar por telefone. Infelizmente, talvez pela rapidez dos acontecimentos, Milton não conseguiu dar uma resposta à altura, que seria a seguinte: as pessoas têm que se casar com quem elas gostam, independente da cor da pele. Aliás, se você, caro(a) leitor(a), acredita, em sã consciência, que as pessoas não devem se casar com alguém de cor de pele diferente delas mesmo se elas se gostarem, sugiro que você reflita sobre a sua opinião, pois você está sendo racista.
No caso de Leci Brandão: há anos atrás, no comecinho do primeiro mandato do presidente Lula, Leci foi entrevistada por Marília Gabriela. Num certo momento da entrevista, Marília mencionou a questão das cotas raciais nas universidades, dizendo que Lula havia declarado que o seu governo tentaria estabelecer critérios científicos de classificação racial, levando em conta, porém, as nuances raciais decorrentes da mestiçagem, isto é, os mulatos, classificados como pardos. Nesse momento, Marília perguntou a Leci o que ela achava disso e ela respondeu: "Para mim, não existe esse negócio de mulato ou pardo! Ou é branco, ou é negro!"
Essa declaração de Leci é inspirada no antagonismo racial típico da sociedade americana, principalmente sulista, e do apartheid sul-africano, algo simplesmente impossível aqui no Brasil, devido ao alto grau de mestiçagem da nossa população. Afinal de contas, se uma população é majoritariamente mestiça, não há como estabelecer uma classificação racial rígida, que não leve em conta as nuances raciais - nesse caso, os mulatos ou pardos.
O que o movimento negro pretende é rachar a sociedade brasileira ao meio, inventando uma fronteira intransponível entre negros e brancos. Porém, uma coisa que consola todo e qualquer amante da liberdade é o fato de que esses racistas teriam que viajar para o passado e rachar a sociedade brasileira ao meio em 1500. Em outras palavras, o apartheid só seria possível retroativamente, no sentido surreal do termo.
Quanto a esse assunto, a conclusão a que se pode chegar é a seguinte: se, por um lado, o racismo é inevitável, por outro lado, a segregação, no caso específico do Brasil, é impossível. Aos racistas de plantão, resta apenas o direito de espernear.
terça-feira, outubro 23, 2007
O sistema bancário e o crédito
Recentemente, um amigo meu me contou: "Certa vez, um professor da minha faculdade disse, durante a aula, que os bancos exigem que os pobres tenham pelo menos o mínimo de crédito para lhes emprestar dinheiro, endividá-los e depois, tomar deles tudo o que eles têm".
Minha resposta ao meu amigo foi a seguinte:
Para começo de conversa, os bancos não têm como exigir que alguém tenha ou não crédito, pelo simples fato de que, a princípio, qualquer pessoa tem pelo menos o mínimo de crédito. Além disso, se os pobres em geral se endividam com os empréstimos que tomam e perdem tudo o que têm, isso não se deve ao fato de eles terem tido crédito, e sim ao fato de que são muito poucas as pessoas que nascem sabendo fazer o dinheiro render. Aliás, uma das falhas mais graves do nosso sistema educacional - e isso inclui as universidades - é justamente não ensinar os estudantes a lidar com dinheiro, algo que poderíamos chamar de "educação financeira".
Não são poucas as pessoas que alegam que os banqueiros não prestam, uma vez que, segundo elas, eles exploram os clientes e "tiram o seu couro". Porém, os banqueiros não são necessariamente malvados, mas apenas frios no trato com o dinheiro, afinal, caridade é para as entidades filantrópicas; não para os bancos.
Por fim, esse professor, que certamente é comunista, não pode negar que o sistema bancário é uma instituição tão necessária para a sociedade que até país comunista tem banco, não é mesmo?
Minha resposta ao meu amigo foi a seguinte:
Para começo de conversa, os bancos não têm como exigir que alguém tenha ou não crédito, pelo simples fato de que, a princípio, qualquer pessoa tem pelo menos o mínimo de crédito. Além disso, se os pobres em geral se endividam com os empréstimos que tomam e perdem tudo o que têm, isso não se deve ao fato de eles terem tido crédito, e sim ao fato de que são muito poucas as pessoas que nascem sabendo fazer o dinheiro render. Aliás, uma das falhas mais graves do nosso sistema educacional - e isso inclui as universidades - é justamente não ensinar os estudantes a lidar com dinheiro, algo que poderíamos chamar de "educação financeira".
Não são poucas as pessoas que alegam que os banqueiros não prestam, uma vez que, segundo elas, eles exploram os clientes e "tiram o seu couro". Porém, os banqueiros não são necessariamente malvados, mas apenas frios no trato com o dinheiro, afinal, caridade é para as entidades filantrópicas; não para os bancos.
Por fim, esse professor, que certamente é comunista, não pode negar que o sistema bancário é uma instituição tão necessária para a sociedade que até país comunista tem banco, não é mesmo?
quarta-feira, outubro 10, 2007
Por que não criticar?
No primeiro semestre desse ano, o senador e bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella foi entrevistado por Jô Soares e disse que não concordava com o projeto de lei anti-homofóbico aprovado pela Câmara dos Deputados e ainda em discussão no Senado porque ele transforma em delito de opinião qualquer crítica à conduta homossexual. A partir de então, Jô passou a interromper o senador várias vezes e a se aproveitar de sua habilidade humorística para descarregar um verdadeiro pacote de piadinhas maliciosas que ridicularizavam a crítica do bispo à homossexualidade. Inclusive, num determinado momento, Jô perguntou a Crivella se ele achava que a homossexualidade deve ser passível de crítica. Apesar de o senador não ter respondido essa pergunta com um "sim" enfático, ele se manteve firme na defesa do seu ponto de vista, e Jô, como de costume, continuou interrompendo o entrevistado e fazendo piadinhas maliciosas, uma atrás da outra, para ridicularizá-lo e tentar desnorteá-lo.
Quanto a tudo isso, existem duas coisas que precisam ser esclarecidas:
1- Delito de opinião não combina com democracia; é coisa de ditadura, pois, afinal de contas, liberdade de expressão apenas para dizer que todo mundo é lindo e maravilhoso não existe. Ao contrário do que muita gente pensa, a liberdade de expressão inclui os direitos de duvidar, criticar e até ofender.
2- A conduta homossexual deve ser passível de crítica pelo simples fato de que toda e qualquer conduta humana deve ser passível de crítica.
Quanto a tudo isso, existem duas coisas que precisam ser esclarecidas:
1- Delito de opinião não combina com democracia; é coisa de ditadura, pois, afinal de contas, liberdade de expressão apenas para dizer que todo mundo é lindo e maravilhoso não existe. Ao contrário do que muita gente pensa, a liberdade de expressão inclui os direitos de duvidar, criticar e até ofender.
2- A conduta homossexual deve ser passível de crítica pelo simples fato de que toda e qualquer conduta humana deve ser passível de crítica.
A suposta lógica de Lula
Dias atrás, Lula disse: "O povo brasileiro está pagando mais impostos porque está ganhando mais. Basta ver os lucros dos bancos e das mil maiores empresas do País que já dá para ter uma idéia de como as pessoas estão ganhando mais. E por estarem ganhando mais, elas têm que pagar mais impostos para que o governo possa promover a distribuição de renda. Essa é a lógica."
Na verdade, essa lógica econômica não é um consenso. É apenas a lógica dos defensores do Estado de bem-estar social, mais conhecido no exterior como Welfare State. Segundo o raciocínio dos revolucionários, sejam eles comunistas, socialistas ou até social-democratas, o Estado deve literalmente tirar de quem tem para dar a quem não tem. Em outras palavras, para promover um suposto bem-estar social que, no fim das contas, nunca é obtido na prática, o Estado tem que praticar aquilo que eu prefiro chamar de "tributação Robin Hood".
Além de empobrecer as classes mais altas, a "tributação Robin Hood" não enriquece os pobres. Mesmo se não houvesse nenhum desvio do dinheiro e ele fosse realmente destinado à classe baixa, de nada adianta dar dinheiro aos pobres sem antes lhes ensinar a fazê-lo render. Depois de um certo tempo, aqueles que eram apenas pobres estarão miseráveis e endividados, pois de tanto aplicarem o dinheiro que lhes foi dado em vários tipos de negócios e não saberem administrá-los, eles fatalmente acabarão falindo.
Ao contrário do que muita gente pensa, a distribuição da riqueza não é como o Teorema de Pascal, dos vasos comunicantes. Não existem ricos porque existem pobres e nem vice-versa, pois o capital é infinito. Assim sendo, deve-se ensinar os pobres a ganhar dinheiro e fazê-lo render, e não tirar de quem tem para dar a quem não tem, algo que não passa de uma medida populista que gera um ciclo vicioso caracterizado pela dependência de milhões de pessoas, que se tornam parasitas do Estado, que sempre pratica a caridade com o dinheiro alheio, pois o Estado não gera riqueza.
Na verdade, essa lógica econômica não é um consenso. É apenas a lógica dos defensores do Estado de bem-estar social, mais conhecido no exterior como Welfare State. Segundo o raciocínio dos revolucionários, sejam eles comunistas, socialistas ou até social-democratas, o Estado deve literalmente tirar de quem tem para dar a quem não tem. Em outras palavras, para promover um suposto bem-estar social que, no fim das contas, nunca é obtido na prática, o Estado tem que praticar aquilo que eu prefiro chamar de "tributação Robin Hood".
Além de empobrecer as classes mais altas, a "tributação Robin Hood" não enriquece os pobres. Mesmo se não houvesse nenhum desvio do dinheiro e ele fosse realmente destinado à classe baixa, de nada adianta dar dinheiro aos pobres sem antes lhes ensinar a fazê-lo render. Depois de um certo tempo, aqueles que eram apenas pobres estarão miseráveis e endividados, pois de tanto aplicarem o dinheiro que lhes foi dado em vários tipos de negócios e não saberem administrá-los, eles fatalmente acabarão falindo.
Ao contrário do que muita gente pensa, a distribuição da riqueza não é como o Teorema de Pascal, dos vasos comunicantes. Não existem ricos porque existem pobres e nem vice-versa, pois o capital é infinito. Assim sendo, deve-se ensinar os pobres a ganhar dinheiro e fazê-lo render, e não tirar de quem tem para dar a quem não tem, algo que não passa de uma medida populista que gera um ciclo vicioso caracterizado pela dependência de milhões de pessoas, que se tornam parasitas do Estado, que sempre pratica a caridade com o dinheiro alheio, pois o Estado não gera riqueza.
sexta-feira, setembro 21, 2007
Cruzada estatal contra o pátrio poder
Ontem, ouvi de relance uma entrevista na Rádio Bandeirantes com um sujeito falando sobre o ensino religioso nas escolas públicas e particulares do Brasil. Como peguei a entrevista pelo meio, não posso julgá-la como um todo, mas não gostei nem um pouco do pouco que escutei. Num dado momento, o entrevistado disse:
"Além do ensino religioso nas escolas públicas e particulares, o Estado tem que policiar o comportamento de muitos pais que ensinam ´valores religosos errados´ para seus filhos. Se um pai ou uma mãe evangélicos, por exemplo, ensinam para os seus filhos, desde a mais tenra idade, que a sua religião é a única revelação divina verdadeira e todas as outras são inferiores, falsas ou até ´coisa do capeta´, essas crianças vão se transformar em adultos intolerantes e despreparados para viver numa sociedade que possui uma diversidade religiosa tão grande quanto a nossa. Pessoas criadas dessa maneira vão acabar discriminando, por exemplo, o candomblé, a umbanda, o espiritismo etc. e isso vai fazer com que elas se isolem do universo religioso ao seu redor. Portanto, é necessário que haja algum tipo de fiscalização nesse sentido: para evitar que muitos pais ´intolerantes´ transformem seus filhos em adultos ´reacionários´."
Para variar, um revolucionário como esse quer fazer o mal em nome do bem. Como ele é bonzinho e quer criar cidadãos cada vez mais "tolerantes para com as diferenças sociais", ele quer que o Estado literalmente policie os cidadãos e lhes diga como eles devem educar seus filhos. Em outras palavras, destruir o pátrio poder, um direito civil sagrado perante o Estado de Direito. Porém, não se pode e nem se deve sequer tentar fazer isso por um motivo muito simples: o Estado não tem autoridade, nem legal nem muito menos moral, para ordenar que os cidadãos eduquem seus filhos dessa ou daquela maneira. Ninguém, muito menos alguém do governo, tem o direito de entrar na sua casa, lhe apontar o dedo e dizer que você não pode mais ensinar aos seus filhos que a macumba é coisa do diabo ou que a Lua é quadrada, por exemplo. É claro que absurdos do nível da Lua quadrada poderão atrapalhar a vida dos seus filhos no futuro, mas cada cidadão deve ter plenamente assegurado o direito civil de educar seus filhos como bem entender.
Nada justifica a intervenção do Estado na vida íntima da família; muito menos discursinhos politicamente corretos que, por trás da suposta intenção de proteger os cidadãos mirins contra os perigos de uma educação "intelorante", relativizam ou até eliminam o pátrio poder.
"Além do ensino religioso nas escolas públicas e particulares, o Estado tem que policiar o comportamento de muitos pais que ensinam ´valores religosos errados´ para seus filhos. Se um pai ou uma mãe evangélicos, por exemplo, ensinam para os seus filhos, desde a mais tenra idade, que a sua religião é a única revelação divina verdadeira e todas as outras são inferiores, falsas ou até ´coisa do capeta´, essas crianças vão se transformar em adultos intolerantes e despreparados para viver numa sociedade que possui uma diversidade religiosa tão grande quanto a nossa. Pessoas criadas dessa maneira vão acabar discriminando, por exemplo, o candomblé, a umbanda, o espiritismo etc. e isso vai fazer com que elas se isolem do universo religioso ao seu redor. Portanto, é necessário que haja algum tipo de fiscalização nesse sentido: para evitar que muitos pais ´intolerantes´ transformem seus filhos em adultos ´reacionários´."
Para variar, um revolucionário como esse quer fazer o mal em nome do bem. Como ele é bonzinho e quer criar cidadãos cada vez mais "tolerantes para com as diferenças sociais", ele quer que o Estado literalmente policie os cidadãos e lhes diga como eles devem educar seus filhos. Em outras palavras, destruir o pátrio poder, um direito civil sagrado perante o Estado de Direito. Porém, não se pode e nem se deve sequer tentar fazer isso por um motivo muito simples: o Estado não tem autoridade, nem legal nem muito menos moral, para ordenar que os cidadãos eduquem seus filhos dessa ou daquela maneira. Ninguém, muito menos alguém do governo, tem o direito de entrar na sua casa, lhe apontar o dedo e dizer que você não pode mais ensinar aos seus filhos que a macumba é coisa do diabo ou que a Lua é quadrada, por exemplo. É claro que absurdos do nível da Lua quadrada poderão atrapalhar a vida dos seus filhos no futuro, mas cada cidadão deve ter plenamente assegurado o direito civil de educar seus filhos como bem entender.
Nada justifica a intervenção do Estado na vida íntima da família; muito menos discursinhos politicamente corretos que, por trás da suposta intenção de proteger os cidadãos mirins contra os perigos de uma educação "intelorante", relativizam ou até eliminam o pátrio poder.
quinta-feira, setembro 13, 2007
Idolatria suicida
Recentemente, Jô Soares disse no seu programa que a deportação dos dois pugilistas cubanos que haviam pedido asilo político no Brasil foi mais uma atitude daquelas que vão contra tudo aquilo que Fidel Castro queria quando fez a Revolução Cubana.
Na verdade, a deportação desses dois coitados, que já devem ter sido fuzilados 10 vezes, vai contra tudo o que Fidel dizia quando fez a Revolução, e não queria. Aliás, falando desse jeito, Jô Soares quis dizer que algo impede Fidel Castro de transformar Cuba num "paraíso socialista". Aí, pergunto eu: que diabos poderia impedir Fidel de fazer isso se ele realmente quisesse, uma vez que essa ilha-presídio chamada Cuba é dele e o governo cubano é totalmente centralizado na sua pessoa?
Além disso, Jô Soares afirmou que Fidel Castro é um dos grandes heróis do século XX. Trata-se de uma idolatria no mínimo interessante do ponto visto psiquiátrico, pois Jô idolatra um ditador que, se ele fosse cubano, confiscaria todos os seus bens e o mandaria para a roça cortar cana.
Isso é idolatria suicida ou estou exagerando?
Na verdade, a deportação desses dois coitados, que já devem ter sido fuzilados 10 vezes, vai contra tudo o que Fidel dizia quando fez a Revolução, e não queria. Aliás, falando desse jeito, Jô Soares quis dizer que algo impede Fidel Castro de transformar Cuba num "paraíso socialista". Aí, pergunto eu: que diabos poderia impedir Fidel de fazer isso se ele realmente quisesse, uma vez que essa ilha-presídio chamada Cuba é dele e o governo cubano é totalmente centralizado na sua pessoa?
Além disso, Jô Soares afirmou que Fidel Castro é um dos grandes heróis do século XX. Trata-se de uma idolatria no mínimo interessante do ponto visto psiquiátrico, pois Jô idolatra um ditador que, se ele fosse cubano, confiscaria todos os seus bens e o mandaria para a roça cortar cana.
Isso é idolatria suicida ou estou exagerando?
domingo, agosto 19, 2007
Até os carteiros?
Na semana passada, durante o programa de rádio Cadeia Sem Censura, apresentado por Luiz Carlos Alborghetti na web-rádio Cadeia (http://www.cadeiasemcensura.com.br/), o noticiarista Ricardo Alexandre estava lendo uma notícia sobre carteiros que, beneficiando-se da confiança que o povo brasileiro ainda deposita no serviço postal estatal, haviam cometido uma infinidade de crimes, tais como assaltos e latrocínios ligados a um esquema de roubo do dinheiro de várias pessoas inocentes. Neste momento, Alborghetti ficou tão surpreso com a profissão dos bandidos em questão que interrompeu a narração do noticiarista e expôs sua estupefação na mesma hora, bradando: "Meu Deus! Até os carteiros? Eu nunca tinha ouvido falar de um único carteiro cometendo um crime! Quer dizer que agora, nem os Correios estão livres da bandidagem de funcionários metidos em esquemas criminosos?"
terça-feira, julho 31, 2007
Quem é poliglota é metido a besta?
Vamos analisar essa notícia veiculada pela internet:
A reprodução, feita pela Radiobrás, do discurso do presidente Lula em João Pessoa omitiu um trecho em que o presidente critica as pessoas que falam línguas estrangeiras. "A língua é o valor da pátria. Temos que aprender a falar corretamente a nossa língua. Brasileiro falando a língua do outro é um metido a besta.", declarou Lula.
Pode-se detectar, nesse mísero trechinho de discurso, alguns sentimentos e opiniões que um presidente da República até pode ter, mas que ele não deveria compartilhar com o povo. Essa declaração carrega consigo um mix de inveja, complexo de inferioridade transformado em afetação de superioridade e apologia da ignorância disfarçada de patriotismo.
Falar corretamente a nossa língua não tem nada a ver com falar outras línguas. Uma coisa não anula a outra. Além do mais, quem é Lula para dizer que nós brasileiros devemos aprender a falar português corretamente? Quem disse que o que ele fala é português? Seu lulês não engana mais nem as massas iletradas do nordeste, pois Lula felizmente (e finalmente) já começou a ser vaiado lá também, mais especificamente em Sergipe, onde, assim como no resto do nordeste, obteve uma votação expressiva.
Outra coisa que se deve dizer é que ser monoglota não tem nada de mais, mas como Lula certamente deve se sentir bastante inferiorizado por não falar nem português direito, então, ele sobe num palanque no nordeste e declara que quem fala línguas estrangeiras é metido a besta. Porém, esse patriotismo de araque já não serve mais para disfarçar o fato de que Lula é irritantemente inculto. Amar a sua pátria não tem nada a ver com ser poliglota ou monoglota ou falar certo ou errado sua língua-mãe.
Será que Lula ainda não percebeu que existe uma diferença abissal entre falar apenas inglês e falar apenas português, por exemplo? Algumas línguas são, naturalmente, mais cosmopolitas do que outras. O mundo é assim, gostemos ou não, e sempre foi assim, aliás. O inglês desempenha o papel, hoje em dia, do francês, do latim e do grego há tempos atrás.
A reprodução, feita pela Radiobrás, do discurso do presidente Lula em João Pessoa omitiu um trecho em que o presidente critica as pessoas que falam línguas estrangeiras. "A língua é o valor da pátria. Temos que aprender a falar corretamente a nossa língua. Brasileiro falando a língua do outro é um metido a besta.", declarou Lula.
Pode-se detectar, nesse mísero trechinho de discurso, alguns sentimentos e opiniões que um presidente da República até pode ter, mas que ele não deveria compartilhar com o povo. Essa declaração carrega consigo um mix de inveja, complexo de inferioridade transformado em afetação de superioridade e apologia da ignorância disfarçada de patriotismo.
Falar corretamente a nossa língua não tem nada a ver com falar outras línguas. Uma coisa não anula a outra. Além do mais, quem é Lula para dizer que nós brasileiros devemos aprender a falar português corretamente? Quem disse que o que ele fala é português? Seu lulês não engana mais nem as massas iletradas do nordeste, pois Lula felizmente (e finalmente) já começou a ser vaiado lá também, mais especificamente em Sergipe, onde, assim como no resto do nordeste, obteve uma votação expressiva.
Outra coisa que se deve dizer é que ser monoglota não tem nada de mais, mas como Lula certamente deve se sentir bastante inferiorizado por não falar nem português direito, então, ele sobe num palanque no nordeste e declara que quem fala línguas estrangeiras é metido a besta. Porém, esse patriotismo de araque já não serve mais para disfarçar o fato de que Lula é irritantemente inculto. Amar a sua pátria não tem nada a ver com ser poliglota ou monoglota ou falar certo ou errado sua língua-mãe.
Será que Lula ainda não percebeu que existe uma diferença abissal entre falar apenas inglês e falar apenas português, por exemplo? Algumas línguas são, naturalmente, mais cosmopolitas do que outras. O mundo é assim, gostemos ou não, e sempre foi assim, aliás. O inglês desempenha o papel, hoje em dia, do francês, do latim e do grego há tempos atrás.
sexta-feira, julho 20, 2007
Como assim a favor ou contra?
Ano passado, eu estava em casa conversando sobre política com um amigo do meu irmão quando, num dado momento do papo, resolvi ler para ele um dos meus artigos publicados neste mesmo blog, quando, no meio do texto, li o trecho: "Nos Estados Unidos, país infelizmente muito pouco admirado por aqui..." e fui interrompido pela seguinte pergunta: "Você é a favor dos Estados Unidos?" Nesta fração de segundo, diante de uma pergunta tão surreal, fui obrigado pelas circunstâncias a improvisar uma resposta "clichê". Eu lhe respondi: "A favor em alguns pontos, contra em outros..." e continuei lendo o texto. Horas depois, quando estava me preparando para dormir, refleti: "Que raciocínio mais torto! Os Estados Unidos são, simplesmente, uma realidade, e como tal, não se pode (ou pelo menos não se deve) ser contra a realidade, sob pena de perder a noção da vida real, imprescindível para a compreensão correta dos fatos que se-nos apresentam. Além disso, ser contra os Estados Unidos é o mesmo que ser contra a lei da gravidade, por exemplo: adianta? Essa epidemia nacional chamada anti-americanismo faz com que os brasileiros em geral acreditem que os Estados Unidos sejam, como civilização, um pacote: ou você é favor de tudo o que todos os americanos fazem ou você é contra tudo o que todos eles fazem. Mas esse raciocínio tem uma falha grave: cada americano é um, assim como cada ser humano em geral é um, também.
Argumentar a favor ou contra a Guerra do Iraque, por exemplo, faz sentido, pois é um fato sujeito a toda a realidade do mundo à volta dos Estados Unidos; tanto do seu governo quanto do seu povo. Porém, quando um cidadão começa a tratar países e instituições como blocos monolíticos, ignorando totalmente a existência e as diferenças entre cada indivíduo, a situação começa a virar uma verdadeira calamidade cognitiva, se bem que personalizar as instituições em geral, não apenas as instituições políticas, é uma espécie de mania nacional, haja vista a neurose coletiva de milhões de brasileiros que esperam, praticamente desde sempre, o advento de um "salvador da pátria" que, da noite para o dia, resolverá todos os problemas do nosso país.
Um país cuja grande maioria dos cidadãos acredita piamente que George W. Bush é os Estados Unidos e vice-versa certamente tem algo de muito errado na definição conceitual e prática que o brasileiro comum cria para si a respeito do que vem a ser uma instituição, qualquer que seja.
Não se deve jamais esquecer ou ignorar o fato incontestável de que quase todas as instituições, tais como os governos e os países como um todo, são conjuntos de indivíduos, e todas as tentativas de coletivização dos grupos sócio-econômicos, quaisquer que fossem, principalmente quando acompanhadas da aplicação de ideologias materialistas que consideram o indivíduo um meio perfeitamente sacrificável em prol da causa revolucionária, mataram mais gente do que a Inquisição e as grandes pestes e epidemias, por exemplo. Para as ideologias revolucionárias em geral, principalmente para o socialismo, qualquer coisa pode se transformar em motivo para escravizar ou mesmo exterminar milhões de cidadãos desse ou daquele país. O desprezo do ativista revolucionário pelo indivíduo é perfeitamente compreensível: é muito mais fácil controlar uma massa amorfa de militantes uniformizados do que convencer um eleitorado num regime que assegure as liberdades democráticas e os direitos naturais.
Entretanto, existe uma instituição específica cuja grande maioria do povo não personaliza de jeito nenhum: o Governo Lula. É claro que isso não é à toa, pois Lula é um tótem de carisma, o maior fenômeno de magnetismo político e hegemonia eleitoral desde Getúlio Vargas. Por algum motivo ainda não explicado, nada referente à corrupção e ao caos administrativo do governo, principalmente do PT, adere à imagem de Lula, fazendo com que ele continue conseguindo escapar absolutamente ileso do mal-estar da crise. Contudo, como diria Diogo Mainardi, o PT (ou "petismo", como ele prefere chamá-lo) é um pacote: quando você vota em Lula, você está dando carta-branca a todo um esquema de corrupção e revolução institucional cujo principal líder e beneficiário é o próprio Lula, apesar de que a grande maioria do povo brasileiro é meramente lulista, e não petista, e não devemos nos esquecer de que o povo praticamente inteiro não vota em partido nenhum, mas sim mera e tão somente na pessoa do candidato.
Enfim: nosso povo só não personaliza as instituições justamente quando deveria fazê-lo.
Argumentar a favor ou contra a Guerra do Iraque, por exemplo, faz sentido, pois é um fato sujeito a toda a realidade do mundo à volta dos Estados Unidos; tanto do seu governo quanto do seu povo. Porém, quando um cidadão começa a tratar países e instituições como blocos monolíticos, ignorando totalmente a existência e as diferenças entre cada indivíduo, a situação começa a virar uma verdadeira calamidade cognitiva, se bem que personalizar as instituições em geral, não apenas as instituições políticas, é uma espécie de mania nacional, haja vista a neurose coletiva de milhões de brasileiros que esperam, praticamente desde sempre, o advento de um "salvador da pátria" que, da noite para o dia, resolverá todos os problemas do nosso país.
Um país cuja grande maioria dos cidadãos acredita piamente que George W. Bush é os Estados Unidos e vice-versa certamente tem algo de muito errado na definição conceitual e prática que o brasileiro comum cria para si a respeito do que vem a ser uma instituição, qualquer que seja.
Não se deve jamais esquecer ou ignorar o fato incontestável de que quase todas as instituições, tais como os governos e os países como um todo, são conjuntos de indivíduos, e todas as tentativas de coletivização dos grupos sócio-econômicos, quaisquer que fossem, principalmente quando acompanhadas da aplicação de ideologias materialistas que consideram o indivíduo um meio perfeitamente sacrificável em prol da causa revolucionária, mataram mais gente do que a Inquisição e as grandes pestes e epidemias, por exemplo. Para as ideologias revolucionárias em geral, principalmente para o socialismo, qualquer coisa pode se transformar em motivo para escravizar ou mesmo exterminar milhões de cidadãos desse ou daquele país. O desprezo do ativista revolucionário pelo indivíduo é perfeitamente compreensível: é muito mais fácil controlar uma massa amorfa de militantes uniformizados do que convencer um eleitorado num regime que assegure as liberdades democráticas e os direitos naturais.
Entretanto, existe uma instituição específica cuja grande maioria do povo não personaliza de jeito nenhum: o Governo Lula. É claro que isso não é à toa, pois Lula é um tótem de carisma, o maior fenômeno de magnetismo político e hegemonia eleitoral desde Getúlio Vargas. Por algum motivo ainda não explicado, nada referente à corrupção e ao caos administrativo do governo, principalmente do PT, adere à imagem de Lula, fazendo com que ele continue conseguindo escapar absolutamente ileso do mal-estar da crise. Contudo, como diria Diogo Mainardi, o PT (ou "petismo", como ele prefere chamá-lo) é um pacote: quando você vota em Lula, você está dando carta-branca a todo um esquema de corrupção e revolução institucional cujo principal líder e beneficiário é o próprio Lula, apesar de que a grande maioria do povo brasileiro é meramente lulista, e não petista, e não devemos nos esquecer de que o povo praticamente inteiro não vota em partido nenhum, mas sim mera e tão somente na pessoa do candidato.
Enfim: nosso povo só não personaliza as instituições justamente quando deveria fazê-lo.
quinta-feira, abril 19, 2007
O suposto bipartidarismo americano
No início desse ano, um conhecido meu comentou, a respeito da democracia americana: "Pois é! Os Estados Unidos se acham a maior democracia do mundo, mas eles só tem dois partidos!" Discordei dessa afirmação na hora e expliquei a ele que, na verdade, o sistema partidário americano é provavelmente o mais liberal do mundo, pois lá, ao contrário do que a grande maioria das pessoas pensa, o sistema não é bipartidário, e sim algo avançadíssimo: o pluripartidarismo livre, o que significa que a legislação americana proíbe o fechamento, pelo governo, de qualquer partido, pois os conceitos de liberdade de expressão, de reunião e de associação que vigoram nos Estados Unidos são genuínos. Lá, além dos majoritários Democrata e Republicano, existem cerca de 125 partidos nacionais, fora os regionais e estaduais, e a legislação americana permite candidaturas apartidárias até para presidente da República!
Eu poderia me ater ao princípio, clichê mas verdadeiro, de que não importa a quantidade de partidos, e sim a qualidade deles, mas o cerne da questão vai muito além disso: todo e qualquer partido possui alas, muitas vezes antagônicas. Assim sendo, os candidatos de uma eleição podem não ser exatamente do mesmo partido, em termos programáticos, que os candidatos das eleições anteriores. Isso significa que mesmo num sistema aparentemente bipartidário, como é o caso dos Estados Unidos, a variedade de tipos de candidatos e de propostas para escolher é sempre plenamente garantida.
Ademais, aqui vão 4 exemplos de como o sistema partidário americano é libertário:
1- George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, governou o país, durante os primeiros 4 anos de mandato, simplesmente sem partido. Sua moral era tamanha que ele foi eleito por unanimidade pelo Colégio Eleitoral - até hoje, o único a conseguir essa façanha. Ele conseguiu se manter acima do jogo político-partidário durante o primeiro mandato e, no segundo mandato, ingressou no Partido Federalista, de seu vice. Além disso, ele chegou a ser eleito para um terceiro mandato, pois a legislação eleitoral da época permitia reeleições ilimitadas, mas deixou o cargo, segundo ele próprio, "para não dar mau exemplo".
2- O então republicano Theodore Roosevelt, mais conhecido como Teddy Roosevelt, foi eleito vice-presidente na chapa de William McKinley, e assumiu a presidência quando do assassinato dele. Posteriormente, foi eleito presidente após o mandato em exercício e, insatisfeito com o Partido Republicano, o qual, em vez de apoiar sua re-eleição, preferiu lançar a candidatura de William Taft, decidiu sair do partido e concorrer à reeleição pelo minoritário Partido Progressista (Progressive Party), criado sob sua liderança e mais conhecido como "Bull Moose" Party - Partido Mogido de Boy, e acabou perdendo a disputa para Taft.
3- Nas eleições presidenciais de 1991, além dos candidatos dos 2 grandes partidos, o ricaço texano Ross Perot concorreu sem partido; recebeu 28 milhões de votos e chegou a incomodar republicanos e democratas com a possibilidade de ser o segundo presidente apartidário dos Estados Unidos.
4- Em 2004, a população da Califórnia convocou um recall, isto é, um referendo revogatório, o qual derrubou o então governador, o democrata Gray Davis, que havia quebrado financeiramente o Estado. Para substituí-lo, concorreram nada menos que 135 candidatos, muitos deles sem partido, além, é claro, do vice de Davis e do republicano Arnold Schwarzenegger. No debate dos 5 principais candidatos, havia uma candidata apartidária, um verde, um do Partido da Reforma, o vice de Davis e Arnold. Novamente, democratas e republicanos ficaram preocupados com a possibilidade de a Califórnia ser governada por um candidato de um partido minoritário ou mesmo apartidário.
Enfim, nos Estados Unidos, existem partidos como o Partido Gay, o Partido Libertário-Nacional-Socialista-Verde, o Partido Negro, o Partido da Maconha e até o Partido Nazista. Lá, a liberdade de expressão é realmente respeitada, pois todos (todos mesmo, não apenas democratas e republicanos) têm voz e vez.
Eu poderia me ater ao princípio, clichê mas verdadeiro, de que não importa a quantidade de partidos, e sim a qualidade deles, mas o cerne da questão vai muito além disso: todo e qualquer partido possui alas, muitas vezes antagônicas. Assim sendo, os candidatos de uma eleição podem não ser exatamente do mesmo partido, em termos programáticos, que os candidatos das eleições anteriores. Isso significa que mesmo num sistema aparentemente bipartidário, como é o caso dos Estados Unidos, a variedade de tipos de candidatos e de propostas para escolher é sempre plenamente garantida.
Ademais, aqui vão 4 exemplos de como o sistema partidário americano é libertário:
1- George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, governou o país, durante os primeiros 4 anos de mandato, simplesmente sem partido. Sua moral era tamanha que ele foi eleito por unanimidade pelo Colégio Eleitoral - até hoje, o único a conseguir essa façanha. Ele conseguiu se manter acima do jogo político-partidário durante o primeiro mandato e, no segundo mandato, ingressou no Partido Federalista, de seu vice. Além disso, ele chegou a ser eleito para um terceiro mandato, pois a legislação eleitoral da época permitia reeleições ilimitadas, mas deixou o cargo, segundo ele próprio, "para não dar mau exemplo".
2- O então republicano Theodore Roosevelt, mais conhecido como Teddy Roosevelt, foi eleito vice-presidente na chapa de William McKinley, e assumiu a presidência quando do assassinato dele. Posteriormente, foi eleito presidente após o mandato em exercício e, insatisfeito com o Partido Republicano, o qual, em vez de apoiar sua re-eleição, preferiu lançar a candidatura de William Taft, decidiu sair do partido e concorrer à reeleição pelo minoritário Partido Progressista (Progressive Party), criado sob sua liderança e mais conhecido como "Bull Moose" Party - Partido Mogido de Boy, e acabou perdendo a disputa para Taft.
3- Nas eleições presidenciais de 1991, além dos candidatos dos 2 grandes partidos, o ricaço texano Ross Perot concorreu sem partido; recebeu 28 milhões de votos e chegou a incomodar republicanos e democratas com a possibilidade de ser o segundo presidente apartidário dos Estados Unidos.
4- Em 2004, a população da Califórnia convocou um recall, isto é, um referendo revogatório, o qual derrubou o então governador, o democrata Gray Davis, que havia quebrado financeiramente o Estado. Para substituí-lo, concorreram nada menos que 135 candidatos, muitos deles sem partido, além, é claro, do vice de Davis e do republicano Arnold Schwarzenegger. No debate dos 5 principais candidatos, havia uma candidata apartidária, um verde, um do Partido da Reforma, o vice de Davis e Arnold. Novamente, democratas e republicanos ficaram preocupados com a possibilidade de a Califórnia ser governada por um candidato de um partido minoritário ou mesmo apartidário.
Enfim, nos Estados Unidos, existem partidos como o Partido Gay, o Partido Libertário-Nacional-Socialista-Verde, o Partido Negro, o Partido da Maconha e até o Partido Nazista. Lá, a liberdade de expressão é realmente respeitada, pois todos (todos mesmo, não apenas democratas e republicanos) têm voz e vez.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Refletindo sobre três debates que se reabrem
O assassinato cruel do menino João Hélio, arrastado por um carro roubado por bandidos, dentre eles um menor de idade, por 4 bairros do Rio de Janeiro, reabriu, a priori, dois velhos porém absolutamente pertinentes debates perante a mídia e a sociedade brasileira: a redução da maioridade penal e a adoção da pena de morte. Além disso, um terceiro debate, desconhecido pela grande maioria do povo brasileiro, veio à tona na última sexta-feira, quando Sérgio Cabral Filho, governador do Estado do Rio de Janeiro, defendeu a adoção do federalismo. Cabral não chegou a mencionar o termo "federalismo", mas declarou à imprensa que pretende lutar pela autonomia legislativa do seu Estado na área penal, pois, segundo ele, cada Estado deve ter a liberdade de legislar de acordo com a sua realidade, pois, afinal de contas, a realidade do Acre não tem nada a ver com a do Paraná, por exemplo. Inclusive, para a minha grata surpresa, Cabral mencionou, como grande exemplo de sucesso do federalismo, os Estados Unidos, um país que, infelizmente, não é nada popular por aqui.
Quando ouvi essa declaração do governador, pela Rádio Bandeirantes, eu, que sou federalista, obviamente fiquei feliz ao saber que o governador de um Estado importante como o Rio de Janeiro descobriu que a roda é redonda. A grande maioria dos problemas brasileiros tem em comum uma mesma causa: a excessiva centralização legislativa, tributária e judiciária imposta pelo Governo Federal, que faz, por exemplo, com que simples processos sobre brigas de cachorros vão parar no Supremo Tribunal Federal.
Infelizmente, nenhuma transformação realmente significativa vai acontecer, e eu não estou me referindo apenas à não-redução da maioridade penal e à não-adoção da pena de morte. Essas duas discussões são apenas a ponta do iceberg. Para que, seguindo a lógica do federalismo, a redução da maioriade penal e a pena de morte possam ser adotadas por estes ou aqueles Estados, como acontece nos Estados Unidos, seria necessário nada menos do que promulgar uma outra Constituição Federal, bem diferente da nossa atual Carta Magna, a qual, a exemplo da Constituição americana, desse liberdade aos Estados para que eles legislassem sobre matérias de Direito não apenas penal, mas trabalhista e tributário, também, por exemplo. O problema é que a Constituição de 88 legisla privativamente sobre praticamente todos os tipos de Direito, impedindo que os Estados possam tomar qualquer iniciativa autônoma.
Mais uma vez, o povo brasileiro padece, não apenas pela excessiva presença do Estado nas nossas vidas, mas pelo também excessivo poder de Brasília sobre os Estados da Federação.
Quando ouvi essa declaração do governador, pela Rádio Bandeirantes, eu, que sou federalista, obviamente fiquei feliz ao saber que o governador de um Estado importante como o Rio de Janeiro descobriu que a roda é redonda. A grande maioria dos problemas brasileiros tem em comum uma mesma causa: a excessiva centralização legislativa, tributária e judiciária imposta pelo Governo Federal, que faz, por exemplo, com que simples processos sobre brigas de cachorros vão parar no Supremo Tribunal Federal.
Infelizmente, nenhuma transformação realmente significativa vai acontecer, e eu não estou me referindo apenas à não-redução da maioridade penal e à não-adoção da pena de morte. Essas duas discussões são apenas a ponta do iceberg. Para que, seguindo a lógica do federalismo, a redução da maioriade penal e a pena de morte possam ser adotadas por estes ou aqueles Estados, como acontece nos Estados Unidos, seria necessário nada menos do que promulgar uma outra Constituição Federal, bem diferente da nossa atual Carta Magna, a qual, a exemplo da Constituição americana, desse liberdade aos Estados para que eles legislassem sobre matérias de Direito não apenas penal, mas trabalhista e tributário, também, por exemplo. O problema é que a Constituição de 88 legisla privativamente sobre praticamente todos os tipos de Direito, impedindo que os Estados possam tomar qualquer iniciativa autônoma.
Mais uma vez, o povo brasileiro padece, não apenas pela excessiva presença do Estado nas nossas vidas, mas pelo também excessivo poder de Brasília sobre os Estados da Federação.
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Contra estrangeirismos ou anglicismos de origem americana?
A seguir, notícia publicada hoje pela Folha de São Paulo:
Juiz determina fiscalização e manda punir estrangeirismo em anúncios
da Folha Online
O juiz federal substituto da 1ª Vara de Guarulhos (Grande São Paulo), Antônio André Muniz Mascarenhas de Souza, determinou que o governo federal fiscalize o uso de estrangeirismos em anúncios publicitários, sob pena de multa. Divulgada na quinta-feira (11) pela Justiça Federal, a decisão tem caráter liminar (provisório) e vale para todo o país.
Expressões como "sale" ou "off", comuns em propagandas, deverão aparecer acompanhadas de tradução no mesmo destaque, em peças publicitárias em qualquer tipo de anúncios, vitrines, prateleiras ou balcões. A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal.
Para o juiz, a decisão segue determinação do Código de Defesa do Consumidor. Segundo ele, apenas a publicidade que não contenha algum tipo de oferta terá liberdade para o uso indiscriminado de qualquer símbolo, palavra ou gesto, "desde que sujeitando-se às regras dos artigos 36 a 38 do CDC [Código de Defesa do Consumidor], que proíbem a mensagem enganosa ou abusiva".Em sua decisão, Souza afirma que a União deverá fiscalizar e aplicar as penalidades previstas no Código, como multa, apreensão do produto ou cassação do registro. Em caso de descumprimento, o juiz estipulou multa diária de R$ 5.000 à União.
O governo também deverá repassar a decisão aos órgãos de departamento do consumidor, para "ampla divulgação aos consumidores e fornecedores em todo o território nacional", afirma a Justiça Federal. A AGU (Advocacia Geral da União) informou, ontem à noite, que estuda o teor da decisão para analisar se irá recorrer.
O Ministério Público Federal fez uma enquete pela internet e, segundo o procurador Matheus Baraldi Magnani, 30, autor da ação, cerca 300 pessoas foram consultadas sobre o tema. "Foi assustador o índice de apoio, acima de 90%."
A seguir, meus comentários:
Quando leio este tipo de notícia, logo me vem à cabeça a seguinte pergunta: esses nacionalistas de botequim são contra estrangeirismos em geral ou apenas anglicismos de origem americana? Pergunto isso porque se analisarmos o discurso de qualquer membro de movimentos como o Movimento de Defesa da Língua Portuguesa, que conta com o forte lobby de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara dos Deputados, e também de professores de português caxias como Pasquale Cipro Neto, poderemos perceber que eles, em seus surtos de tirania lingüística, praticamente só mencionam anglicismos, mormente de origem americana, como objetos de execração. Aí, então, me pergunto: não seria mais fácil e mais honesto se eles dissessem que são, pura e simplesmente, anti-americanos?
Eu nunca escuto um nacionalista de botequim falar em proibir estrangeirismos advindos do francês, do italiano, do espanhol etc. A bronca deles é com o inglês americano, tão em alta devido à globalização, à informática, à internet etc. Por exemplo: se uma cabeleireira batiza seu salão de Fulana coiffeur, sem nem saber que "cabeleireira" em francês não se diz coiffeur, e sim coiffeuse, nenhum juiz ou procurador chatonildo vai encher o saco dela, mesmo que isso configure uma propaganda que pode ser considerada enganosa, pois trata-se de um salão chefiado por uma mulher, e não por um homem.
Os nacionalistas lingüísticos em geral parecem não perceber que a linguagem, elemento basilar da cultura de qualquer povo, não é um elemento fechado em si mesmo. Pelo contrário, é um organismo vivo sujeito a toda sorte de mutações. Os estrangeirismos deveriam, a meu ver, ser vistos como um enriquecimento do vocabulário, e não como um enfraquecimento da força de uma língua, qualquer que seja. Porém, infelizmente, me parece que 90% dos brasileiros têm uma opinião contrária à minha. Às vezes, em certas pesquisas, o Brasil se mostra mais anti-americano do que o Irã em termos proporcionais. Fale-se um português aberto ao mundo com um barulho desses!
Juiz determina fiscalização e manda punir estrangeirismo em anúncios
da Folha Online
O juiz federal substituto da 1ª Vara de Guarulhos (Grande São Paulo), Antônio André Muniz Mascarenhas de Souza, determinou que o governo federal fiscalize o uso de estrangeirismos em anúncios publicitários, sob pena de multa. Divulgada na quinta-feira (11) pela Justiça Federal, a decisão tem caráter liminar (provisório) e vale para todo o país.
Expressões como "sale" ou "off", comuns em propagandas, deverão aparecer acompanhadas de tradução no mesmo destaque, em peças publicitárias em qualquer tipo de anúncios, vitrines, prateleiras ou balcões. A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal.
Para o juiz, a decisão segue determinação do Código de Defesa do Consumidor. Segundo ele, apenas a publicidade que não contenha algum tipo de oferta terá liberdade para o uso indiscriminado de qualquer símbolo, palavra ou gesto, "desde que sujeitando-se às regras dos artigos 36 a 38 do CDC [Código de Defesa do Consumidor], que proíbem a mensagem enganosa ou abusiva".Em sua decisão, Souza afirma que a União deverá fiscalizar e aplicar as penalidades previstas no Código, como multa, apreensão do produto ou cassação do registro. Em caso de descumprimento, o juiz estipulou multa diária de R$ 5.000 à União.
O governo também deverá repassar a decisão aos órgãos de departamento do consumidor, para "ampla divulgação aos consumidores e fornecedores em todo o território nacional", afirma a Justiça Federal. A AGU (Advocacia Geral da União) informou, ontem à noite, que estuda o teor da decisão para analisar se irá recorrer.
O Ministério Público Federal fez uma enquete pela internet e, segundo o procurador Matheus Baraldi Magnani, 30, autor da ação, cerca 300 pessoas foram consultadas sobre o tema. "Foi assustador o índice de apoio, acima de 90%."
A seguir, meus comentários:
Quando leio este tipo de notícia, logo me vem à cabeça a seguinte pergunta: esses nacionalistas de botequim são contra estrangeirismos em geral ou apenas anglicismos de origem americana? Pergunto isso porque se analisarmos o discurso de qualquer membro de movimentos como o Movimento de Defesa da Língua Portuguesa, que conta com o forte lobby de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara dos Deputados, e também de professores de português caxias como Pasquale Cipro Neto, poderemos perceber que eles, em seus surtos de tirania lingüística, praticamente só mencionam anglicismos, mormente de origem americana, como objetos de execração. Aí, então, me pergunto: não seria mais fácil e mais honesto se eles dissessem que são, pura e simplesmente, anti-americanos?
Eu nunca escuto um nacionalista de botequim falar em proibir estrangeirismos advindos do francês, do italiano, do espanhol etc. A bronca deles é com o inglês americano, tão em alta devido à globalização, à informática, à internet etc. Por exemplo: se uma cabeleireira batiza seu salão de Fulana coiffeur, sem nem saber que "cabeleireira" em francês não se diz coiffeur, e sim coiffeuse, nenhum juiz ou procurador chatonildo vai encher o saco dela, mesmo que isso configure uma propaganda que pode ser considerada enganosa, pois trata-se de um salão chefiado por uma mulher, e não por um homem.
Os nacionalistas lingüísticos em geral parecem não perceber que a linguagem, elemento basilar da cultura de qualquer povo, não é um elemento fechado em si mesmo. Pelo contrário, é um organismo vivo sujeito a toda sorte de mutações. Os estrangeirismos deveriam, a meu ver, ser vistos como um enriquecimento do vocabulário, e não como um enfraquecimento da força de uma língua, qualquer que seja. Porém, infelizmente, me parece que 90% dos brasileiros têm uma opinião contrária à minha. Às vezes, em certas pesquisas, o Brasil se mostra mais anti-americano do que o Irã em termos proporcionais. Fale-se um português aberto ao mundo com um barulho desses!
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